Parentalidades wapichana: formas de nominação pessoal
DOI:
10.48074/aceno.v5i9.6511Resumo
Este artigo discute alguns traços da complexa rede de relações parentais Wapichana. Nesse sentido, engloba a influência que as preocupações parentais exercem sobre as relações conjugais nativas, tomando como polo das discussões a atribuição de nomes culturais indígenas que reforçam a influência da residência matrilocal nas relações conjugais. Trata-se de uma pesquisa etnográfica cujos resultados demonstram que a satisfação conjugal relaciona-se diretamente com as preocupações parentais.
Referências
ANDRELLO, Geraldo. Cidade do índio: transformações e cotidiano em Iauaretê. São Paulo: editora UNESP, 2006.
______. Falas, objetos e corpos Autores indígenas no alto rio Negro. RBCS, São Paulo, n. 73, 2010, p. 5-26.
CALAVIA SÁEZ, Oscar. Nada menos que penas nomes: os etnônimos seriais no sudoeste amazônico. Ilha, Florianópolis, UFSC/ PPGAS, n. 2, 2016, p. 149-176.
CAMILO, Maurício; OLIVEIRA, Kimi da Silva; SILVA, Maria Shirlene de Sousa. Wapichan paradan idia’na aichapkary pabinak na’ik kadyzyi kid. Rio de Janeiro: Museu do Índio, 2015.
CARNEIRO, João Paulo Jeannine Andrade. A morada dos Wapixana: atlas toponímico da região da Serra da Lua-RR. Dissertação de Mestrado, Linguística, USP, 2008.
CAVALCANTI-SCHIEL, Ricardo. Para além de terras altas e terras baixas: modelos e tipologias na etnologia sul-americana. Revista de Antropologia, São Paulo, USP, n. 2, 2014, p. 251-290.
CAVALCANTE, Olendina de Carvalho, CIRINO, Carlos Alberto Marinho, FRANK, Erwin Heinrich. Nossa terra: as relações etnoambientais dos Wapishana da terra indígena da Malacacheta/Roraima. Revista do Núcleo Histórico Socioambiental – NUHSA, n. 2, 2008, p. 37-46.
CIRINO, Carlos Alberto Marinho. A “Boa Nova” na Língua Indígena: contornos da Evangelização dos Wapischana no século XX. Tese de Doutorado, Antropologia Social, PUC, 2000.
CRUZ, O. S., & HULSMAN, L. A Brief History of the Guianas: From Tordesillas to Vienna. Boa Vista: Editora da Universidade Federal de Roraima, 2014.
DAMATTA, Roberto; SEEGER, Anthony; VIVEIROS DE CASTRO, Eduardo Batalha. A construção da pessoa nas sociedades indígenas brasileiras. In: OLIVEIRA, João Pacheco de. Sociedades indígenas e indigenismo no Brasil. Rio de Janeiro: Marco Zero, 1987, p. 11-30.
DESCOLA, Philippe. Les affinités sélectives: alliance, guerre et prédation dans l’ensemble jivaro. L’Homme, Paris, n. 33, 1993, p.126-128.
FARAGE, Nádia. As flores da fala: práticas retóricas entre os Wapishana. Tese de Doutorado, Literaturas de Língua Portuguesa, USP, 1997.
FLORIDO, Marcelo Pedro. As parentológicas Arawá e Arawak: um estudo sobre parentesco e aliança. 2008. 223f. Tese de Doutorado, Antropologia Social, USP, 2008.
FRANCHETTO, Bruna. Levantamento sócio-linguístico nas malocas Napoleão (Makuxi) e Taba Lascada (Wapichana). Boa Vista: [S.ed.], 1988.
FREIRE, José Ribamar Bessa. Rio Babel: a história das línguas amazônicas. Rio de janeiro: EdUERJ, 2011.
GALLOIS, Doninique Tilkin. Introdução: Percursos de uma pesquisa temática. In: GALLOIS, Doninique Tilkin. (org.). Redes de relações nas Guianas. São Paulo: Associação Editorial Humanitas, 2005, p. 7-22.
GUERREIRO, Antonio. Do que é Feita uma Sociedade Regional? Lugares, Donos e Nomes no Alto Xingu. Ilha, Florianópolis, UFSC/ PPGAS, n. 2, 2016, p. 23-56.
HUGH-JONES, Stephen. Nomes secretos e riqueza visível: nominação no noroeste amazônico. Mana, Rio de Janeiro, UFRJ, n. 8, 2002, p. 45-68.
GAMEIRO, José. Voando sobre a psiquiatria. Análise epistemológica da psiquiatria contemporânea. Porto: Edições Afrontamento, 1992.
LOUKOTKA, Čestmír. Classification of South American Indian Languages. Los Angeles: UCLA Latin American Center, 1968.
MAUSS, Marcel. Sociologia e Antropologia. São Paulo: Cosac Naify, 2003 [1938].
MCCALLUM, Cecilia. Aquisição de gênero e habilidades produtivas: o caso Kaxinawá. Revista Estudos Feministas, Florianópolis, n. 1, 1999, p. 157-175.
MENGET, Patrick. Em Nome dos Outros. Classificação das Relações Sociais entre os Txicáo do Alto Xingu. Lisboa: Museu Nacional de Etnologia, Assírio & Alvim, 2001.
MIGLIAZZA, Ernesto. Grupos linguísticos do Território Federal de Roraima. Atas do Simpósio sobre a Biota Amazônica. [s.l], n. 2, 1985. p. 82-102.
OLIVEIRA, Odamir; SILVA, Bazilio da; SILVA, Nilzimara de Souza. Paradakary urudnaa: dicionário Wapichana/português, português/Wapichana. Boa Vista: EDUFRR, 2013.
RAMIREZ, Henri. Línguas Arawak da Amazônia Setentrional: comparação e descrição. Manaus: EDUA, 2001.
Relvas, Ana Paula. O ciclo vital da família – perspectiva sistémica. Porto: Edições Afrontamento, 1996.
RODRIGUES, Aryon Dall’Igna. Biodiversidade e diversidade etnolinguística na Amazônia. In: SIMÕES, M.S. (Org.). Cultura e biodiversidade entre o rio e a floresta. Belém: UFPA, 2001, p. 269-278.
SANTOS, Manoel Gomes dos. Uma gramática do Wapixana (Aruák) – aspectos da fonologia, da morfologia e da sintaxe. Tese de Doutorado, Linguística, UNICAMP, 2006.
VICENTE, Ana Luísa Cordeiro. Conjugalidade e Parentalidade: estudo sobre a influência das preocupações parentais na satisfação conjugal em pais de crianças com 1 a 5 anos de idade em educação pré-escolar. Dissertação de Mestrado, Psicologia Clínica, Instituto Superior Miguel Torga, 2010.
URBAN, Greg. A história da cultura brasileira segundo as línguas nativas. In: CARNEIRO DA CUNHA, Manuela (org.). História dos índios no Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 1992, p. 87-102.
VIVEIROS DE CASTRO, Eduardo Batalha. Os pronomes cosmológicos e perspectivismo ameríndio. Mana, Rio de Janeiro, UFRJ, n. 2, 1996, p. 115-144.
WAGNER, Roy. A invenção da cultura. São Paulo: Cosac Naify, 2010.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
As autoras ou autores cedem gratuita e automaticamente à Revista ACENO os direitos de reprodução e divulgação dos trabalhos publicados.