Reflexões sobre o papel do antropólogo nas ações de salvaguarda do patrimônio imaterial no estado do Rio de Janeiro

Autores

  • Vítor Gonçalves Pimenta torpimenta@gmail.com
    Universidade Federal Fluminense

DOI:

10.48074/aceno.v4i7.5129

Resumo

Este trabalho tem como objetivo refletir sobre o imbricamento do antropólogo e as políticas públicas, no que toca à implementação de ações de salvaguarda do patrimônio imaterial no estado do Rio de Janeiro, focando no Comitê Gestor do Ofício das Baianas de Acarajé. Na tentativa de refletir, primeiro, sobre os usos sociais do patrimônio neste ambiente interinstitucional. Segundo, investigar a relação dialógica do ofício do antropólogo no curso dos encontros institucionais e profissionais no âmbito da esfera pública.

Biografia do Autor

Vítor Gonçalves Pimenta, Universidade Federal Fluminense

Doutorando em Antropologia pelo Programa de Pós-Graduação em Antropologia (PPGA-UFF). Mestre em Antropologia pela Universidade Federal Fluminense - UFF (2015). Graduado em Ciências Sociais pela UFF (2008). Tem experiência na área de gestão e pesquisa em projetos sociais, culturais e ambientais, onde atuou nas áreas de Sociologia, Antropologia e Educação Ambiental no Programa de Desenvolvimento do Campus Fiocruz Mata Atlântica (PDCFMA). Desenvolve pesquisas nos seguintes temas: memória social, patrimônio, esfera pública, corporeidade, performance afro-brasileira e mudança social. Suas pesquisas vem se debruçando, principalmente, sobre a discussão e compreensão das seguintes questões: as relações entre o público e o privado e, o saber popular e o saber científico; a estética e a política presentes nas manifestação culturais afro-brasileiras; a participação social nas políticas públicas; as mudanças sociais com foco na construção e transformação de identidades e a atuação da memória social no cotidiano dos sujeitos. Atua como tutor na graduação em Antropologia (GAO) da UFF desde 2016 e trabalhando como auxiliar de pesquisa no Laboratório de Etnografia e Estudos em Comunicação, Cultura e Cognição (LEECCC). É participante pela UFF, desde 2015, do Comitê das Baianas de Acarajé e do Grupo de Trabalho da Salvaguarda da Capoeira, referente à Colaboração Técnica UFF/IPHAN para Patrimônio Imaterial. 

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Publicado

2017-10-18

Edição

Seção

Dossiê Temático