Exílios índios: sobre deslocamentos compulsórios no período militar (1964-1988)
DOI:
10.48074/aceno.v3i6.4344Resumo
Neste artigo irei tratar de alguns deslocamentos compulsórios de populações indígenas que se deram no período militar, particularmente nos primeiros anos da década de 1970. A partir de pesquisa bibliográfica e documental discorrerei mais longamente sobre três casos que me parecem emblemáticos da violência perpetrada naquele período: são os casos dos Xetá, dos Tapayuna e dos Ofaié-Xavante, o primeiro falante de uma língua tupi-guarani e os dois últimos de línguas do tronco Macro-Jê. O lema “integrar para não entregar”, vigente no período militar, menos que um jogo de palavras, supunha a expansão das frentes de colonização que, inevitavelmente, alcançavam os índios em duplo (e dúbio) sentido.Referências
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