Exílios índios: sobre deslocamentos compulsórios no período militar (1964-1988)

Autores

  • Edilene Coffaci Lima edilene.c.lima@gmail.com
    Professora de Antropologia/UFPR PQ2 - CNPq

DOI:

10.48074/aceno.v3i6.4344

Resumo

Neste artigo irei tratar de alguns deslocamentos compulsórios de populações indígenas que se deram no período militar, particularmente nos primeiros anos da década de 1970.  A partir de pesquisa bibliográfica e documental discorrerei mais longamente sobre três casos que me parecem emblemáticos da violência perpetrada naquele período: são os casos dos Xetá, dos Tapayuna e dos Ofaié-Xavante, o primeiro falante de uma língua tupi-guarani e os dois últimos de línguas do tronco Macro-Jê. O lema “integrar para não entregar”, vigente no período militar, menos que um jogo de palavras, supunha a expansão das frentes de colonização que, inevitavelmente, alcançavam os índios em duplo (e dúbio) sentido.

Biografia do Autor

Edilene Coffaci Lima, Professora de Antropologia/UFPR PQ2 - CNPq

Professora de Antropologia/UFPR
PQ2 - CNPq

Referências

Borgonha, Mirtes (2006). História e etnografia Ofayé: estudo sobre um grupo indígena do centrooeste brasileiro. Dissertação de mestrado (Antropologia Social): PPGAS/UFSC.

Carneiro da Cunha, Manuela (1992). História dos índios no Brasil. São Paulo: Cia das Letras.

Castro, Celso e Cunha, Olívia M. (2005). "Quando o campo é o arquivo", Estudos históricos, 36: 3-5.

Da Matta, R.; Seeger, A. & Viveiros de Castro, E. 1987 [1978]. A noção de pessoa nas sociedades indígenas brasileiras. In: Oliveira Filho, João Pacheco. Sociedades Indígenas e Indigenismo no Brasil. Rio de Janeiro: Marco Zero/UFRJ. pp. 7-41.

Davis, Shelton (1978). Vítimas do milagre. O desenvolvimento e os índios do Brasil. Rio de Janeiro: Zahar Editores.

Dutra, Carlos Alberto (2004). O território ofaié pelos caminhos da história. Reencontro e trajetória de um povo. Dissertação de Mestrado (História), UFMS (campus de Dourados).

Fausto, Carlos (2001). Inimigos fiéis. São Paulo: Edusp.

Folha de Londrina (1994). A revolta marcada por uma cruz. 06 de maio.

Fortes, Pedro Henrique Ribas (2014). Entre a política indígena e a política indigenista: um estudo sobre as relações políticas entre índios e não índios em Curitiba no séc. XIX. Dissertação de mestrado (Antropologia): UFPR.

Heck, Egon (1996). Os índios e a caserna - políticas indigenistas dos governos militares - 19641985. Dissertação de mestrado (Ciência Política): UNICAMP.

Gallois, Dominique (2004). “Terras ocupadas? Territórios? Territorialidades”. In. Fany Ricardo. Terras indígenas e unidades de conservação da natureza: o desafio das sobreposições. São Paulo: ISA.

Garcia, Uirá (2012). “Ka’a Watá, ‘andar na floresta’: caça e território em um grupo Tupi da Amazônia”, Mediações, 17 (1): 172-190.

Garfield, Seth (2007). A luta indígena no coração do Brasil. Política Indigenista. A marcha para o oeste os índios xavante (1937-1988). São Paulo: Editora Unesp.

Ingold, Tim (2000). The perception on environment: essays of livelihood, dwelling and skill. London/New York: Routledge.

Lea, Vanessa. (2012). Riquezas tangíveis de pessoas partíveis. São Paulo: Edusp.

Lima, Antonio Carlos. 1992. “O governo dos índios sob a gestão do SPI”. In. Carneiro da Cunha, Manuela. História dos índios no Brasil. São Paulo: Cia das Letras. pp. 155-172.

Lima, Daniela B. (2012). "'Vamos amansar uns brancos para pegar as coisas'. Elementos da etnohistória Kajkhwakratxi-jê (Tapayuna)". Dissertação de mestrado (Antropologia Social), Unb.

Lima, Edilene Coffaci (2011). “Quem são os Noke Kuin? Acerca das transformações dos Katukina (Pano)”. In: Edilene Coffaci de Lima; Lorena Córdoba. (Org.). Os outros dos outros. Relações de alteridade na Etnologia Sul-Americana. Curitiba: Editora da UFPR. pp. 135-147.

Mamed, Danielle; Caleiro, Manuel e Bergold, Raul (2016). Os Avá-Guarani no Oeste do Paraná: (Re)Existência em Tekoha Guasu Guavira. Curitiba: Arte e Letra.

Martins, Gilson Rodolfo (s/d). Laudo pericial Ofaié-Xavante, ms.

Monteiro, John (1994). Guia de fontes para a história indígena e do indigenismo em arquivos brasileiros. Acervo das capitais. Rio Branco: NHII/USP/FAPESP.

Nimuendajú, Curt (1993). Etnografia e indigenismo. Sobre os Kaingang, os Ofaié-Xavante e os índios do Pará. Campinas: Editora da Unicamp.

Oliveira, Frederico C. B. (2012). Quando resistir é habitar: lutas pela afirmação territorial dos Kaiabi no baixo Teles Pires. Brasília: Paralelo 15.

Pechincha, Mônica (1999). “Kadiwéu”, Povos Indígenas no Brasil. São Paulo, Instituto Socioambiental. Disponível a partir de goo.gl/jSG7Bc. Acesso em 17 de nov de 2016.

Ribeiro, Darcy (1951). “Notícia dos Ofaié-Chavante”. Revista do Museu Paulista, n.s., v. 5. São Paulo.

____________ (1986). Os índios e o civilização. A integração das populações indígenas no Brasil moderno. Petrópolis, Vozes. 5a. ed.

Rodrigues, Patrícia Mendonça (1994). Identificação e delimitação da Terra Indígena Kayabi – Portaria 1137/93. Funai, ms.

Said, Edward (2003). Reflexões sobre o exílio e outros ensaios. São Paulo: Cia das Letras.

Seeger, A. (2015 [1987]). Por que cantam os Kisedjê. São Paulo: Cosac Naify.

Seeger, A. e Viveiros de Castro, E. (1979). Terras e territórios indígenas. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira.

Silva, Carmen Lúcia (1998). Os Xetá: sobreviventes do extermínio. Florianópolis, UFSC, Dissertação de Mestrado em Antropologia Social.

Silva, Fabíola e Stuchi, Francisco.2010. “Evidências e significados da mobilidade territorial: a terra indígena kaiabi (Mato Grosso, Pará)”. Amazônica 2 (1): 46-70.

Silva, José Afonso. (2015). “Parecer”. Disponível a partir de goo.gl/JXA2On . Consultado em 14 de nov de 2016.

Silva, Giovani José (2004). A construção física, social e simbólica da Reserva Indígena Kadiwéu (1899-1984): memória, identidade e história. Dissertação de Mestrado (História): UFMS (campus Dourados).

Souza Lima, Antonio Carlos (1992). "O governo dos índios sob a gestão do SPI". In. Carneiro da Cunha, Manuela (org.). História dos índios no Brasil. São Paulo: Cia das Letras. pp. 155172.

Downloads

Publicado

2017-03-31

Edição

Seção

Dossiê Temático