Editorial

Autores

  • Marcos Aurélio da Silva marcosaurelio@ufmt.br
    Universidade Federal de Mato Grosso

Resumo

A terceira e última edição de 2024 da Aceno – Revista de Antropologia do Centro-Oeste está no ar, com um número que traz um dossiê que aborda a terrível relação entre saúde mental e o mundo econômico-político em que vivemos. O Dossiê Temático Neliberalismo e Sofrimento Psíquico, organizado pelos professores Esmael Alves de Oliveira (UFGD), Anaxsuell Fernando da Silva (Unila) e Jainara Gomes de Oliveira (UFGD) traz quatorze trabalhos que se debruçam sobre as mais variadas situações em que o sofrimento mental se produz nas relações desiguais com o Estado e o capitalismo contemporâneo. Nas palavras das organizadoras:

 

"A partir das noções de governamentalidade, desenvolvidas por Michel Foucault (2008), entendemos que o neoliberalismo opera como uma tecnologia de poder que se infiltra nos modos de subjetivação, formando sujeitos que internalizam lógicas de mercado e autogestão. Segundo tal racionalidade, o sujeito tanto passa a ser responsável por seu adoecimento, quanto continuamente é estimulado ao máximo autoaprimoramento. Nos termos de Foucault, a governamentalidade é o principal dispositivo que caracteriza o modelo neoliberal e refere-se à maneira como o Estado e outras instituições organizam, monitoram e regulam a vida, não apenas de forma coercitiva, mas através da produção de sujeitos que se autogovernam."

 

Com um grande número de submissões, alguns desses trabalhos precisaram ser direcionados para um segundo dossiê que será publicado na primeira edição de 2025, com o tema Educação e Saúde Mental. Agradecemos aos três coordenadores do dossiê e também a todos que submeteram seus trabalhos e confiaram no trabalho que a Aceno vem fazendo.

Prova de nossa importância no cenário científico brasileiro é também o grande número de trabalhos publicados na seção Artigos Livres, em que os quatorze trabalhos desta se debruçam sobre os mais variados assuntos que mexem a Antropologia contemporânea, como as representações midiáticas, o transfeminicídio, os modos de viver das comunidades tradicionais, os desafios metodológicos da pesquisa de campo e as emergências no campo da saúde, da subjetividade e das corporalidades.

Na seção Ensaios, contamos com dois trabalhos que fazem dialogar imagem e texto em dois importantes fenômenos da cultura contemporânea de culturas tradicionais de Mato Grosso: o Egitsü/Kwarup, cerimônia fúnebre realizada em comunidades do alto Xingu, apresentadas por Leonardo Pinto de Almeida (UFMT); e a dança do Chorado, representativa das comunidades afro-quilombolas de Vila Bela da Santíssima Trindade, etnografada por Sonia Regina Lourenço (UFMT). Um show de imagens que vale conferir.

Finalizando, temos a seção Ensaios Fotográficos, com dois lindíssimos trabalhos que tratam de duas realidades bastante distintas: a Festa do Outono de Takayama (Japão), fotografada por Ryanddre Sampaio de Souza; e a vida cotidiana dos quilombolas de uma cidade do Pará, retratados por Thiago Azevedo

A Aceno se sente honrada por contribuir no fortalecimento das ciências humanas no Brasil e agradece a todos os colaboradores que fazem parte deste número. Esperamos continuar contando com essa colaboração em 2025, no que aproveitamos para deseja um ótimo ano a todos nossos leitores, autores e pareceristas.

Boa leitura e ótimo 2025!

Os Editores

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Publicado

2024-12-31