Apresentação ao dossiê
Neoliberalismo e sofrimento psíquico: entre a despolitização e a naturalização dos mecanismos de opressão contemporâneos
DOI:
10.48074/aceno.v11i27.18572Resumo
O presente dossiê se propõe a explorar as interconexões entre as dinâmicas neoliberais e o sofrimento psíquico, mobilizando reflexões teóricas-chave, as quais problematizam como o neoliberalismo transforma o sujeito e as formas de lidar com o sofrimento mental (SAFATLE; SILVA JR; DUNKER, 2021; ALBINO; OLIVEIRA, 2021). A partir das noções de governamentalidade, desenvolvidas por Michel Foucault (2008), entendemos que o neoliberalismo opera como uma tecnologia de poder que se infiltra nos modos de subjetivação, formando sujeitos que internalizam lógicas de mercado e autogestão. Segundo tal racionalidade, o sujeito tanto passa a ser responsável por seu adoecimento, quanto continuamente é estimulado ao máximo autoaprimoramento. Sem a pretensão de esgotar o debate, buscamos destacar a importância do olhar das ciências humanas e sociais para essa problemática. A contribuição da perspectiva antropológica, em particular, é essencial para desnaturalizar as formas de produção de subjetividades e sofrimento, além de propor alternativas de resistência às governamentalidades neoliberais. A antropologia oferece uma lente que nos permite questionar e reimaginar os modos de vida impostos, revelando as dinâmicas culturais e estruturais que moldam nossa experiência subjetiva de mal-estar.
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