Impasses na Clínica Transexualizadora? O feitiço da heterocisnormatividade por meio do diagnóstico confessional

Autores

DOI:

10.48074/aceno.v10i24.15575

Resumo

Tendo como desencadeante a palestra intitulada “Eu sou o monstro que vos fala”, datada de 2019, na qual Paul B. Preciado se dirige corajosa e criticamente a uma plateia de psicanalistas franceses(as), o artigo se associa à analítica do poder de Michel Foucault para problematizar o processo diagnóstico de identidades trans, denominando-o confissão diagnóstica. Pré-requisito para ter acesso ao Processo Transexualizador do Sistema Único de Saúde (SUS), esse procedimento constitui um dispositivo não apenas de seleção de clientela como de produção de subjetividades. Nesse sentido, sua ação não se restringe à população trans e travesti que demanda transformações corporais, mas configura, correlativamente, o processo de produção de gêneros e sexualidades normalizadas – binarismo e heteronormatividade – dos(as) próprios(as) trabalhadores(as) do SUS. O escrito se encerra com alguns convites recentes a praticar o múltiplo, em lugar de meramente incensá-lo.

 

Biografia do Autor

Pablo Cardozo Rocon, Universidade Federal de Mato Groso/Professor Adjunto

Doutor em Educação e Mestre em Saúde Coletiva pela Universidade Federal do Espirito Santo.  Docente do Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal de Mato Groso

Maria Elizabeth Barros de Barros, UFES/DOCENTE

Possui graduação em Psicologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1975), mestrado em Psicologia Escolar pela Universidade Gama Filho (1980) e doutorado em Educação pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1995). Pós doutorado em Saúde Pública com ênfase em Saúde do Trabalhador da Educação (2001), pós doutorado em Saúde Coletiva na Universidade Federal Fluminense (2016) e pós doutorado em Psicologia na Universidade do Estado do Rio de Janeiro, 2021. Atualmente é professora titular da Universidade Federal do Espírito Santo. Tem experiência na área de Psicologia, com ênfase em Política Educacional, atuando principalmente nos seguintes temas: educação, análise institucional, saúde coletiva, trabalho e escola.

Heliana de Barros Conde Rodrigues, UERJ/DOCENTE

possui graduação em Psicologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1972), mestrado em Saúde Coletiva pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (1994) e doutorado em Psicologia Escolar e do Desenvolvimento Humano pela Universidade de São Paulo (2002). É professora associada e procientista da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), com atuação docente nos cursos de graduação em Psicologia, especialização em Psicologia Jurídica e Pós-graduação em Psicologia Social - este último até julho de 2016. Professora do Mestrado em Psicologia Institucional da UFES de 2012 a 2014. Professora do Programa de Políticas Públicas e Formação Humana (PPFH) da UERJ desde setembro de 2016. Concluiu em 2011 estágio de pós-doutoramento em Ciências Sociais, sob supervisão do Prof. Edson Passetti, na PUC-SP. Sua experiência principal situa-se na área de Psicologia Social, com ênfase em História da Psicologia. Dedica-se especialmente aos seguintes temas: práticas grupais, análise institucional, desinstitucionalização psiquiátrica, história oral, genealogia foucaultiana e estudos sobre produção de subjetividade.

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Publicado

2024-02-10

Edição

Seção

Dossiê Temático Feitiços e Encantamentos do Contemporâneo