Impasses na Clínica Transexualizadora? O feitiço da heterocisnormatividade por meio do diagnóstico confessional
DOI:
10.48074/aceno.v10i24.15575Resumo
Tendo como desencadeante a palestra intitulada “Eu sou o monstro que vos fala”, datada de 2019, na qual Paul B. Preciado se dirige corajosa e criticamente a uma plateia de psicanalistas franceses(as), o artigo se associa à analítica do poder de Michel Foucault para problematizar o processo diagnóstico de identidades trans, denominando-o confissão diagnóstica. Pré-requisito para ter acesso ao Processo Transexualizador do Sistema Único de Saúde (SUS), esse procedimento constitui um dispositivo não apenas de seleção de clientela como de produção de subjetividades. Nesse sentido, sua ação não se restringe à população trans e travesti que demanda transformações corporais, mas configura, correlativamente, o processo de produção de gêneros e sexualidades normalizadas – binarismo e heteronormatividade – dos(as) próprios(as) trabalhadores(as) do SUS. O escrito se encerra com alguns convites recentes a praticar o múltiplo, em lugar de meramente incensá-lo.
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