“Relevantando a aldeia, fortalecendo nosso espírito de guerreiro”: reflexões sobre corpos, territórios e encantaria nas retomadas Anacé

Autores

DOI:

10.48074/aceno.v8i17.12279

Resumo

Desde a década de 1990, o Estado brasileiro tem investido recursos na instalação do Complexo Industrial e Portuário do Pecém, a oeste de Fortaleza, Ceará. Contudo, essa área corresponde à parte do território do povo indígena Anacé, que, no processo de resistência aos impactos socioambientais, tem mobilizado múltiplas ações para garantir seus direitos de existir. Dentre essas ações, as retomadas tem sido uma prática empreendida por parcela do povo Anacé que permanece reivindicando a demarcação da Terra Indígena. Nesse contexto, realizamos um estudo sobre as retomadas Anacé efetivadas entre os anos de 2015 a 2019, buscando compreendê-las enquanto prática política, simbólica e social, que agencia corpos, encantados e territórios, tecendo outras possibilidades de presente e de futuro. Ao retomarem seus territórios, os Anacé promovem uma autodemarcação da terra e de si mesmos, libertando as encantarias e os fluxos da vida de seus aprisionamentos impostos pela modernidade ocidental capitalista.

Biografia do Autor

Luciana Nogueira Nóbrega, Universidade Estadual do Ceará - Uece

Doutoranda em Sociologia pela Universidade Estadual do Ceará, com bolsa do CNPq. Mestre e graduada em Direito pela Universidade Federal do Ceará. Realiza estudos e pesquisas nas áreas de Antropologia do Direito, Territorialidades e Justiça Socioambiental, com ênfase nos conflitos sociambientais, re-existências indígenas e de populações tradicionais. Integra o Observatório dos Direitos Indígenas e o Grupo de Estudos e Pesquisas Étnicas da UFC.

Lia Pinheiro Barbosa, Universidade Estadual do Ceará

Doutora em Estudos Latino-Americanos pela Universidad Nacional Autónoma de México - UNAM (2013). Professora da Graduação e da Pós-Graduação junto à Universidade Estadual do Ceará. Líder do Grupo de Pesquisa Pensamento Social e Epistemologias do Conhecimento na América Latina e Caribe. Pesquisadora do Conselho Latino-Americano de Ciências Sociais (CLACSO). Bolsista de Produtividade em Pesquisa do CNPq - Nível 2.

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Publicado

2022-06-14

Edição

Seção

Dossiê Temático: Retomadas e re-existências indígenas, negras e quilombolas