“Relevantando a aldeia, fortalecendo nosso espírito de guerreiro”: reflexões sobre corpos, territórios e encantaria nas retomadas Anacé
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Resumo
Desde a década de 1990, o Estado brasileiro tem investido recursos na instalação do Complexo Industrial e Portuário do Pecém, a oeste de Fortaleza, Ceará. Contudo, essa área corresponde à parte do território do povo indígena Anacé, que, no processo de resistência aos impactos socioambientais, tem mobilizado múltiplas ações para garantir seus direitos de existir. Dentre essas ações, as retomadas tem sido uma prática empreendida por parcela do povo Anacé que permanece reivindicando a demarcação da Terra Indígena. Nesse contexto, realizamos um estudo sobre as retomadas Anacé efetivadas entre os anos de 2015 a 2019, buscando compreendê-las enquanto prática política, simbólica e social, que agencia corpos, encantados e territórios, tecendo outras possibilidades de presente e de futuro. Ao retomarem seus territórios, os Anacé promovem uma autodemarcação da terra e de si mesmos, libertando as encantarias e os fluxos da vida de seus aprisionamentos impostos pela modernidade ocidental capitalista.
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