Transgeneridade e Santo Daime: as (im)possibilidades de uma busca espiritual Ayahuasqueira
DOI:
10.48074/aceno.v8i16.11766Resumo
Se, por um lado, preciso pensar em questões éticas e metodológicas no campo dos psicoativos, seguindo esta mesma linha de raciocínio, devo pensá-las para problematizar a importância e a urgência de pesquisas que trabalhem com abordagens em diversidades sexuais e de gênero no campo ayahuasqueiro. Uma problematização não exclui a outra, pelo contrário, complemetam-se. Imbuída de questionamentos a respeito das religiões ayahuasqueiras e questões de gênero, especificamente nas igrejas do Santo Daime, na cidade de Marabá (PA), na Amazônia Oriental, campo antropológico da minha pesquisa de Trabalho de Conclusão de Curso (TCC). Busco compreender as (im)possibilidades de participantes, fardantes (iniciantes) e fardados (iniciados) transgêneros e transexuais nos rituais da “doutrina da floresta”, isto porque esta religião é marcada pela divisão de gênero, fundamentada por sua cosmologia sob viés argumentativo que é estruturado nos vários aspectos sociais e culturais do contexto histórico em que a doutrina foi fundada, tais como: as divisões de trabalhos durante os rituais de feitura da bebida sagrada e separação de gênero dentro da igreja. Essas problematizações me encaminham para reflexões a respeito do lugar de fala das pesquisadoras ayahuasqueiras, assim como para pensar o método da observação participante não como mera retórica, mas como expressão de uma posição ética na ciência que possibilite uma imersão etnográfica considerando o insigth antropológico.
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