Regimes de visibilidade/conhecimento nas experiências da “(des)montagem” e do “(não) passar” por homem e/ou mulher
DOI:
10.48074/aceno.v6i12.9812Resumo
O objetivo desse texto é refletir sobre as experiências da “montagem” e “desmontagem” dos corpos e do “passar por” ou não “passar por” homem e/ou mulher de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais. Utiliza-se nesta análise as/os autoras/es oriundas/os da teoria feminista e do pensamento de foucaultiano, muitos/as da linha teórica queer, e outras/os pós-estruturalistas. Do ponto de vista metodológico, os dados são oriundos de pesquisa online e offline, envolvendo etnografia e entrevistas, não com foco nos sujeitos em si, mas no regime de visibilidade/conhecimento que os envolvem. Conclui-se, entre outras coisas, que parte das experiências analisadas almejam e conquistam, em diferentes contextos, reconhecimento enquanto, no máximo, diferentes, mas nunca como não normais, ainda que, em certa medida, possam recusar corajosamente parte das expectativas de muitas normas e convenções sociais.Referências
ALMEIDA, Guilherme. “'Homens trans': Novos Matizes na aquarela das masculinidades?” Revista Estudos Feministas. Florianópolis, n.2, 2012, p. 513-523. Disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/ref/article/view/S0104-026X2012000200012/22858. Acesso em: 19 jun. 2019.
BENEDETTI, Marcos Renato. Toda feita: o corpo e o gênero das travestis. Rio de Janeiro, Garamond, 2005.
BENTO, Berenice. A reinvenção do corpo: sexualidade e gênero na experiência transexual. Rio de Janeiro, Garamond, 2006.
CERTEAU, Michel de. A invenção do cotidiano. Petrópolis, RJ: Vozes, 1994.
DUQUE, Tiago. Montagens e Desmontagens: desejo, estigma e vergonha entre travestis adolescentes. São Paulo: Annablume, 2011.
DUQUE, Tiago. Gêneros incríveis: um estudo sócio-antropológico sobre as experiências de (não) passar por homem e/ou mulher. Campo Grande: Ed. UFMS, 2017.
FACCHINI, Regina; FRANÇA, Isadora Lins; VENTURI, Gustavo. Sexualidade, cidadania e homofobia: pesquisa 10ª Parada do Orgulho GLBT de São Paulo - 2006. São Paulo, APOGLBTSP, 2007.
FACIOLI, Lara Roberta Rodrigues. Conectadas: uma análise de práticas de ajuda mútua feminina na era das mídias digitais. Dissertação de Mestrado, Sociologia, UFSCar, 2013.
GREEN, James N. Além do Carnaval. A homossexualidade masculina no Brasil do século XX. São Paulo, Editora UNESP, 2000.
HALBERSTAM, Judith/Jack. Masculinidad Feminina. Barcelona, EGALES Editorial, 2008.
KULICK, Don. Travesti: prostituição, sexo, gênero e cultura no Brasil. Rio de Janeiro, Editora Fiocruz, 2008.
MILLER, Daniel. Trecos, Troços e Coisas: estudos antropológicos sobre a cultura material. Rio de Janeiro, Zahar, 2013.
MISKOLCI, Richar. "Desejos em rede: notas sobre segredos e mentiras em relações mediadas digitalmente". In: PELÚCIO, Larissa et al. (orgs). Gênero, sexualidade e mídia: olhares plurais para o cotidiano. Marília, Cultura Acadêmica Editora, 2012. p. 35-55.
___________. “Não somos, queremos – reflexões queer sobre a política sexual brasileira contemporânea” In: COLLING, L. (org). Stonewall 40 + o que no Brasil? Salvador, UFBA, 2011. p. 37-56.
PELÚCIO, Larissa. Abjeção e Desejo: uma etnografia travesti sobre o modelo preventivo de aids. São Paulo, Annablume - FAPESP, 2009.
SEDGWICK, Eve Kosofsky. Epistemologia del armario. Barcelona, Ediciones de La tempestad, 1998.
SILVA, Hélio R. S. Travesti: a invenção do feminino. Rio de Janeiro, Relume-Dumará, ISER, 1993.
TEIXEIRA, Flávia do Bonsucesso. Dispositivo de dor: saberes-poderes que conforma as transexualidades. São Paulo, Annablume, 2013.
VENCATO, Anna Paula. Sapos e Princesas: prazer e segredo entre praticantes de crossdressing no Brasil. São Paulo, Annablume, 2013.
__________. Confusões e estereótipos: o ocultamento de diferenças na ênfase de semelhanças entre transgêneros. Cadernos AEL. Campinas, UNICAMP/IFCH/AEL, n.18/19, 2003, p. 151-179. Disponível em: https://www.ifch.unicamp.br/ojs/index.php/ael/article/view/2513/1923. Acesso em: 19 jun. 2019.
__________. “Fervendo com as drags”: corporalidades e performances de dragqueens em territórios gays na Ilha de Santa Catarina. Dissertação de Mestrado. Antropologia Social, UFSC, 2002.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
As autoras ou autores cedem gratuita e automaticamente à Revista ACENO os direitos de reprodução e divulgação dos trabalhos publicados.