A Estrada Três Barras e a integração do litoral norte catarinense com o planalto de Curitiba
DOI:
https://doi.org/10.22228/rtf.v12i2.971Resumo
O objetivo deste artigo é descrever e analisar a integração do litoral norte catarinense, em especial São Francisco do Sul, com o planalto de Curitiba, por meio da Estrada Três Barras. Essa estrada seguia os velhos caminhos traçados pelos indígenas, partindo da Baía da Babitonga, seguia margeando o rio Três Barras, cruzava a Serra do Mar até alcançar o atual planalto paranaense, seguindo pelo Caminho dos Ambrósios em direção a São José dos Pinhais. Além da introdução, que traz uma breve discussão sobre a relação entre estradas, prosperidade e regressão econômica, e da reflexão final, o texto está dividido em quatro tópicos. O primeiro discute o movimento geral de aberturas de caminhos em direção ao interior do território brasileiro durante o período colonial e imperial. Em seguida temos um relato mais detalhado das cinco obras que foram realizadas na Estrada Três Barras coordenadas pelo governo provincial catarinense entre 1829 e 1856. O terceiro tópico versa sobre o início do processo de colonização no litoral norte catarinense com a fundação de Joinville, em 1851, e a opção feita pelo governo em investir na construção da Estrada Dona Francisca, que seguia para o oeste rumo a Rio Negro, no Paraná. Por fim, o quarto tópico discute o deslocamento do eixo dinâmico do litoral norte, que se move de São Francisco para Joinville, cuja consequência foi o abandono da Estrada Três Barras em favor da moderna Estrada Dona Francisca.Referências
ARAUJO, Jose de Souza Azevedo Pizarro. Memórias históricas do Rio de Janeiro e das províncias anexas a jurisdição do Vice-Rei do Estado do Brasil. Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1822.
AVÉ-LALLEMANT, Robert. Viagens pelas províncias de Santa Catarina e São Paulo (1858). Belo Horizonte: Itatiaia; São Paulo: Editora da USP, 1980.
AYRES DE CASAL, Manuel. Corografia brasílica ou relação histórico-geográfica do reino do Brasil.Rio de Janeiro: Imprensa Régia, 1818.
dezembro de 1890. Rio de Janeiro: Oficina da Estatística, 1898.
BRITO, Paulo José Miguel de. Memória política sobre a capitania de Santa Catarina. Lisboa: Academia Real de Ciências, 1829.
COELHO, Manoel Joaquim de Almeida. Memória histórica da província de Santa Catarina. Desterro: Tipografia J. J. Lopes, 1856.
ELLIS, Myriam. A baleia no Brasil colonial: feitorias, baleeiros, técnicas, monopólio, comércio e iluminação. São Paulo: melhoramentos, 1969.
GOULARTI FILHO, Alcides. O porto de São Francisco do Sul da dinâmica regional catarinense. Revista Nova Economia. Belo Horizonte: UFMG, v. 18, n. 1, 2008.
MAWE, John. Viagens ao interior do Brasil.Belo Horizonte: Itatiaia; São Paulo: Editora da USP, 1978.
MINISTERIO DOS NEGÓCIOS DA AGRICULTURA, COMÉRCIO E OBRAS PÚBLICAS. Recenseamento do Brasil em 1872: Santa Catarina. Rio de Janeiro: Tipografia G. Leuzinger, 1874.
MINISTÉRIO DA INDÚSTRIA, VIAÇÃO E OBRAS PÚBLICAS. Sinopse do recenseamento de 31 de dezembro de 1900. Rio de Janeiro: Tipografia da Estatística, 1905.
MOREIRA, Julio Estrela. Caminhos das comarcas de Curitiba e Paranaguá: até a emancipação da província do Paraná. Curitiba: Imprensa Oficial, 1975.
PEREIRA, Carlos da Costa. História de São Francisco do Sul. Florianópolis: Editora da UFSC, 1984.
PINHEIRO, José Feliciano Fernandes. Anais da província de São Pedro. Paris: Tipografia de Casimir, 1839.
QUANDT, Raul Olavo. O caminho velho e o adelantado. Joinvile: Letrad’Água, 2012.
SAINT-ADOLPHE, J. C. R. Milliet. Dicionário geográfico histórico e descritivo do Império do Brasil.Paris: Casa de J. P. Aillaud, 1845.
SAINT-HILAIRE, Auguste de. Viagem a Curitiba e província de Santa Catarina. Belo Horizonte: Itatiaia; São Paulo: Editora da USP, 1978.