O Sorteio Militar e a Questão da Profissionalização do Exército no Início da República

Autores

  • Bruno Torquato Silva Ferreira Universidade Federal da Grande Dourados
  • Carlos Martins Júnior Universidade Federal da Grande Dourados

DOI:

https://doi.org/10.22228/rtf.v2i2.51

Resumo

O presente artigo apresenta algumas reflexões acerca das transformações operadas na formação do corpo de oficiais do Exército brasileiro no início do século XX. Para tanto, foram consultados registros burocráticos elaborados pelo alto comando do Exército e discursos proferidos por autoridades civis e militares, além de intelectuais, a respeito dos temas: serviço militar obrigatório e profissionalização militar. Neste caso, todas as evidências apontam para o fato de que essas transformações acompanham um sentido especial de profissionalização operado nos exércitos europeus ocidentais décadas antes. Em outras palavras essas transformações indicam, no caso brasileiro, o abandono do perfil profissional bacharelesco e civilista – caracterizado pelos privilégios atribuídos à formação nos ramos técnico-militares – para a adoção de um perfil mais militarizado – caracterizado pela valorização da função de instrutor militar e dos ramos combatentes – na formação dos oficiais. Essas transformações, por sua vez, se relacionam a adoção do serviço militar na modalidade obrigatória (sorteio militar), que passou a exigir uma nova postura dos oficiais com relação aos aspectos mais comezinhos da profissão militar, entre eles a instrução, o que indica que o surto de profissionalização militar verificado na época se relaciona diretamente à busca pela introdução do serviço militar na modalidade obrigatória.

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Como Citar

Ferreira, B. T. S., & Júnior, C. M. (2011). O Sorteio Militar e a Questão da Profissionalização do Exército no Início da República. Revista Territórios E Fronteiras, 2(2), 300–321. https://doi.org/10.22228/rtf.v2i2.51