Revisitando o Semiárido: Cenários de Vidas e de Sol

Autores

  • José Otávio Aguiar Universidade Federal de Campina Grande
  • Catarina de Oliveira Buriti Universidade Federal de Campina Grande

DOI:

https://doi.org/10.22228/rtf.v2i2.46

Resumo

O artigo analisa relação entre natureza e cultura na literatura regional do Nordeste, através da leitura da obra Vidas Secas, de Graciliano Ramos. Escrito em 1938, este livro é considerado paradigmático para que se pesquise a especificidade do pensamento do escritor alagoano.  Considerou-se, para tanto, a historicidade de sua escrita, bem como as formas pelas quais se configuravam, em sua literatura, as inter-relações históricas entre os homens e o Semi-árido brasileiro durante os anos 1930. Observa-se que, embora inseridos em um habitat considerado, por vezes, “hostil” e “adverso”, as personagens da trama criavam astúcias de sobrevivência biológica e cultural em interação com esse espaço, de modo que os fatores que os levavam a migrar do sertão nos períodos de seca não eram encarados como conseqüências desse fenômeno natural em sentido estrito, mas, decorrências da forma como tradicionais oligarquias político-econômicas da região utilizaram-se desse momento de vulnerabilidade para intensificar as relações de mando e exploração no ambiente de sertão.

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Como Citar

Aguiar, J. O., & Buriti, C. de O. (2011). Revisitando o Semiárido: Cenários de Vidas e de Sol. Revista Territórios E Fronteiras, 2(2), 171–201. https://doi.org/10.22228/rtf.v2i2.46