Entre tempos, identidades e (trans)territorialidades

fronteira Santana do Livramento (Br)-Rivera (UY)

Autores

DOI:

https://doi.org/10.22228/rtf.v16i2.1123

Resumo

Neste texto, prospectado sob a égide dos estudos fronteiriços, com enfoque maior no campo da Geografia, reflete-se sobre as cidades-gêmeas de Santana do Livramento, no Brasil, e Rivera, no Uruguai, com base em três frentes de trabalho: 1) a distinção entre os conceitos de limite e fronteira; 2) o exame das origens históricas que marcam o processo de formação dessas cidades e da área que em torno delas se constituiu; 3) as implicações das dinâmicas políticas, econômicas e culturais nas práticas cotidianas de seus habitantes. Do interior desses movimentos, evidencia-se a fronteira como uma totalidade, como um lugar social vivido e redimensionado em seus aspectos simbólicos e imaginários, representado por interações baseadas na cidadania, na binacionalidade, no trânsito diário e nas necessidades da comunidade local.

Biografia do Autor

Marcos Irineu Klausberger, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Sul-rio-grandense

Possui graduação em Geografia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (2005), Especialização no Ensino da Geografia e da História (2010), Mestrado (2013) e Doutorado em Geografia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2020). Atualmente é professor efetivo do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Sul-Rio-Grandense. 

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Publicado

2023-12-10

Como Citar

Klausberger, M. I. (2023). Entre tempos, identidades e (trans)territorialidades: fronteira Santana do Livramento (Br)-Rivera (UY). Revista Territórios E Fronteiras, 16(2), 333–361. https://doi.org/10.22228/rtf.v16i2.1123