Registros históricos sobre o uso de silicone industrial por travestis no Brasil

Autores

  • Guilherme José Parisi guilherme.parisipsi@gmail.com
    Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP)/Mestrando no Programa de Pós-graduação em Psicologia Social, onde é membro do Núcleo de Pesquisas Psicossociais da Dialética Exclusão/Inclusão (NEXIN).

Resumo

Frente à escassez de dados históricos sobre o problema de saúde pública relacionado à injeção clandestina de silicone industrial (SI) no corpo humano, o objetivo deste artigo foi levantar registros históricos sobre o uso de SI por travestis presentes em quatro reconhecidas pesquisas etnográficas realizadas no Brasil com essa população nas décadas de 1980 e 1990. A análise da pesquisa de Oliveira (1994) revela que, embora conhecido entre as travestis de Salvador, o SI não havia sido utilizado por nenhuma participante, à medida que ainda não estava disponível na região. Silva (1993) cita timidamente o SI e em nenhuma passagem indica que as participantes da pesquisa usaram o produto ou que este encontrava-se disponível na cidade do Rio de Janeiro. Único pesquisador que descreveu em detalhes uma sessão de aplicação do SI, Kulick (2008) é o autor que mais contribui com registros históricos sobre o recurso, amplamente usado pelas travestis do Pelourinho (Salvador). Benedetti (2005) indica amplo uso do produto pelas travestis de Porto Alegre, apresentando consideráveis informações sobre o uso do silicone na região. Os registros encontrados permitem contextualizar historicamente o uso de SI pelas travestis no Brasil, mas não são capazes de constituir um retrospecto histórico sobre o fenômeno.

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Publicado

2024-05-26

Como Citar

Parisi, G. J. (2024). Registros históricos sobre o uso de silicone industrial por travestis no Brasil. Revista Brasileira De Estudos Da Homocultura, 7(22). Recuperado de https://periodicoscientificos.ufmt.br/ojs/index.php/rebeh/article/view/16255

Edição

Seção

Revisões bibliográficas