Em terra verde também brilha o arco-íris:
Resistência LGBTQIAPN+ ao Conservadorismo rural brasileiro
DOI:
10.29327/2410051.7.22-10Resumo
O presente artigo propõe uma investigação fundamentada na análise de gênero sobre as práticas de resistência adotadas por sujeitas LGBTQIAPN+ inseridas em contextos rurais no estado do Rio Grande do Norte, frente à heteronormatividade, violência e à LGBTQIAPN+fobia. A pesquisa parte da premissa de que em comunidades pequenas, o controle sobre o indivíduo é mais acentuado, e que as representações veiculadas pela mídia e redes sociais criam um imaginário ideal de liberdade e vivência LGBTQIAPN+ nas áreas urbanas e metropolitanas, onde a expressão das (des) identidades de gênero é facilitada. Destarte, considera-se que uma das formas de resistência é o movimento migratório para os grandes centros urbanos. Entretanto, questiona-se se essa suposta busca por liberdade cosmopolita representa efetivamente uma maior emancipação, ou se constitui apenas um componente do imaginário positivo projetado para o espaço urbano. Portanto, o objetivo desta pesquisa é compreender como as sujeitas LGBTQIAPN+ que permanecem em territórios rurais confrontam os desafios impostos pelo conservadorismo local e como desenvolvem estratégias próprias de resistência. A metodologia do estudo consistiu em pesquisa bibliográfica, coleta de relatos escritos de cinco LGBTQIAPN+ residentes da zona rural do RN, dos territórios rurais do Mato Grande, Terras Potiguares e Agreste Litoral Sul, com idades entre 18 a 30 anos, além do levantamento de dados em observatórios acadêmicos e organizações da sociedade civil sobre a violência urbana e rural relacionada à LGBTQIAPN+fobia. Como principais achados da pesquisa, observou-se que as LGBTQIAPN+ rurais sofrem diversas violências, que muitas vezes não são notificadas, e são naturalizadas pelo conservadorismo da família e da igreja. É notório o desejo e imaginário de migrar para uma grande metrópole para vivenciar as suas identidades. Contudo, as LGBTQIAPN+ que permanecem no rural tendem se fortalecer e buscar autonomia coletiva através de movimentos sociais como o MST como forma de sobrevivência e resistência.
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