Sempre desejada por mais que esteja errada
Provocações da pornografia à cultura escolar
DOI:
10.29327/2410051.7.22-51Resumo
O artigo tem como propósito ampliar as reflexões em torno do tema da pornografia, particularmente em sua interface com a cultura escolar. Partimos de um conjunto de dados, depoimentos docentes, excertos de documentos e relatos de movimentos de caráter autoritário, conservador e reacionário, para entender os modos pelos quais a pornografia produz pânico moral na cultura escolar. Tais informações são produto de pesquisa e da inserção da autora e do autor no ambiente da Educação Básica. A partir dessas informações iniciais, nos propomos abordar a pornografia com os conceitos e ideias particularmente de Michel Foucault e Paul Preciado, em direção à noção de uma Era Farmacopornográfica. Em sintonia com as proposições de Preciado, entendemos que estamos experimentando uma fase de transição entre uma sociedade disciplinar, na qual o poder se concentra no controle das populações, e uma sociedade farmacopornográfica, caracterizada pelos processos de governo biomolecular (fármaco) e semiótico-técnico (pornô) da subjetividade sexual. Tais ideias são uteis para compreender a emergência da pornografia na regulação dos corpos infantis e juvenis na cultura escolar, bem como para pensar ações educativas.
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