A constituição de uma arena pública em torno da descriminalização do aborto no Brasil:

Um estudo sobre as organizações de defesa de direitos inscritas como Amicus Curiae e o debate mobilizado na ADPF 442.

Autores

Resumo

A ADPF nº 442 trata da descriminalização do aborto. A ADPF contou com muitas organizações como Amicus Curiae em seu julgamento. Com intuito de tipificar essas organizações e refletir a mobilização dos argumentos científicos e jurídicos apresentados analisou-se os pedidos de Amicus Curiae e buscou-se classificá-las em relação sua experiência, recursos e atores, assim como as evidências mobilizadas nos memoriais apresentados. Com esse objetivo categorizou-se as evidências mobilizadas para compreender o debate e diferenciá-las no campo das ideias. Concluiu-se que pode-se classificá-las em três grupos: a) organizações que compõem os movimentos feministas no Brasil, com ampla experiência em litigância no judiciário, entendidas como de “defesa dos direitos sexuais e reprodutivos” b) organizações religiosas, conservadoras e autointituladas “liberais”, inexperientes nesse tipo de processo judicial, e classificadas como de “defesa à vida do nascituro” e c) organizações de causas relacionadas aos direitos humanos com assessoria jurídica consolidada, e experiência de litigância estratégica internacional, classificadas como de “defesa dos direitos humanos”. Enquanto as organizações de defesa dos direitos humanos e dos direitos reprodutivos e sexuais baseiam seus argumentos em estudos empíricos, evidências dos países que descriminaram e decisões das Cortes internacionais, as de defesa à vida do nascituro, sustentam suas análises em revisões sistemáticas de literatura “nebulosas” e em estudos de organizações anti-aborto internacionais.

Biografia do Autor

Elizabete Patriota, Programa de Pós-Graduação em Sociedade, Tecnologias e Políticas Públicas do Centro Universitário Tiradentes (UNIT/AL)

Advogada graduada pelo Centro de Estudos Superiores de Maceió (CESMAC) e Pedagoga graduada pela Universidade Federal de Alagoas (UFAL). Atualmente exerce a função de Pedagoga no Instituto Federal de Alagoas (IFAL) Câmpus Maceió e é Professora da Rede Pública do Estado de Alagoas. Mestra em Direitos Humanos pela Universidade Tiradentes (UNIT/SE). Pós-graduada em Educação, Direitos Humanos Diversidade pela UFAL e em Direito Público pela Universidade Anhanguera/SP. Doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Sociedade, Tecnologias e Políticas Públicas (SOTEPP) do Centro Universitário Tiradentes (UNIT AFYA)

Carlos Vitor Pereira da Silva, Centro Universitário Tiradentes

Graduando em Direito pelo Centro Universitário Tiradentes (UNIT/AL) com bolsa de estudo integral. Estagiário na Defensoria Pública do Estado de Alagoas com atuação nas áreas Cível e Criminal desde 2021. Membro do grupo de pesquisa Laboratório Interdisciplinar de Inovação em Organizações e Políticas Públicas (LABIPOL)

Jonatha Vasconcelos Santos, Programa de Pós-Graduação em Sociedade, Tecnologias e Políticas Públicas do Centro Universitário Tiradentes

Doutor em Sociologia pela UFS (2022), Mestre em Sociologia (2017), Bacharel (2015) e Licenciado (2016)em Ciências Sociais. É Especialista (2019) em Ensino de Sociologia pela Universidade Federal da Bahia. Atualmente, realiza estágio de pós-doutoramento no Programa de Pós-Graduação em Sociedade, Tecnologias e Políticas Públicas do Centro Universitário Tiradentes através do financiamento da CAPES/FAPEAL.

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Publicado

2024-03-18

Como Citar

Monteiro, L., Patriota, E. ., Silva, C. V. P. da ., & Vasconcelos Santos, J. (2024). A constituição de uma arena pública em torno da descriminalização do aborto no Brasil:: Um estudo sobre as organizações de defesa de direitos inscritas como Amicus Curiae e o debate mobilizado na ADPF 442. Revista Brasileira De Estudos Da Homocultura, 7(22). Recuperado de https://periodicoscientificos.ufmt.br/ojs/index.php/rebeh/article/view/16024

Edição

Seção

DOSSIÊ TEMÁTICO: Conservadorismos e as questões de gêneros e sexualidades