“I’ve always felt queer”
insurgência de Sam Smith e as tensões no/com o corpo, gênero e sexualidade
DOI:
10.29327/2410051.6.20-19Resumo
Desde críticas ao corpo até xingamentos, Sam Smith é alvo constante de ameaças contra sua vida. Frente às violências LGBTfóbicas que se expandem com vigor a cada aparição, objetiva-se, neste artigo, refletir como a insurgência de Sam Smith na cena pop desordena regulações normativas de gênero e sexualidade de modo a provocar e questionar limites para os corpos. Metodologicamente, ancora-se na perspectiva indiciária (BRAGA, 2008) para perceber algumas evidências sobre sua aparição pública e a identificação como pessoa não-binária. Para tanto, o trabalho se estrutura em dois eixos. Primeiro, parte-se das desobediências não-binárias, mobilizando o repertório da teoria queer, como abjeção (MISKOLCI, 2020), corpo estranho (LOURO, 2020) e contrassexualidade (PRECIADO, 2014), a fim de notar como a emergência pública desse corpo desestabiliza a pretensa solidez cisheteronormativa. Em seguida, voltam-se às resistências na cultura pop a fim de vislumbrar como esse movimento ocorre e como a arte se torna o locus central de evidências e questionamentos sobre si e o mundo. Como resultados desse percurso, é possível perceber que a fama de Sam Smith lhe possibilita criar e mostrar seu corpo. Por ser artista mundialmente conhecido nas mídias, o destaque se torna ainda maior quando suas músicas atingem as melhores posições nas paradas de sucesso e, consequentemente, têm os clipes mais acessados nas plataformas de streaming. Mesmo que brinque e jogue com as brechas na arte e, de certa forma, mostre e construa sua subjetividade, elu está em associação a um cenário comercial no qual métricas e ranqueamentos concretizam sua ascensão ou derrocada. Por isso, os meandros das normas que pedagogizam seu corpo imbricam, neste contexto, em campos do mercado musical pop. No entanto, a cultura pop é um terreno fértil e aberto para experimentar e criar, ações mobilizadas por Sam ao estranhar normatividades e voltar-se radicalmente pela alegria.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2023 O autor detém os direitos autorais do texto e pode republicá-lo desde que a REBEH seja devidamente mencionada e citada como local original de publicação.
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
A submissão de trabalho(s) científico(s) original(is) pelos autores, na qualidade de titulares do direito de autor do(s) texto(s) enviado(s) ao periódico, nos termos da Lei 9.610/98, implica na cessão de direitos autorais de publicação impressa e/ou digital à Revista Brasileira de Estudos de Homocultura (REBEH), do(s) artigo(s) aprovado(s) para fins da publicação, em um único número da Revista, autorizando-se, ainda, que o(s) trabalho(s) científico(s) aprovado(s) seja(m) divulgado(s) gratuitamente, sem qualquer tipo de ressarcimento a título de direitos autorais, por meio do site da Revista, para fins de leitura, impressão e/ou download do arquivo do texto, a partir da data de aceitação para fins de publicação. Portanto, os autores ao procederem a submissão do(s) artigo(s) à Revista, e, por conseguinte, a cessão gratuita dos direitos autorais relacionados ao trabalho científico enviado, têm plena ciência de que não serão remunerados pela publicação do(s) artigo(s) no periódico.
A Revista encontra-se licenciada sob uma Licença Creative Commons 4.0 Internacional, para fins de difusão do conhecimento científico, conforme indicado no sítio da publicação.
Os autores declaram expressamente concordar com os termos da presente Declaração de Direito Autoral, que se aplicará a submissão caso seja publicada por esta Revista.