“O meu nome é Dalila”:
possíveis intersecções entre as figuras da vilã de telenovela e do Outro oriental em “Órfãos da Terra” (2019)
DOI:
10.29327/2410051.6.21-12Resumo
Em paralelo à guerra síria de 2019, a Rede Globo exibia a telenovela Órfãos da Terra. A vilã, Dalila (Alice Wegmann), era uma árabe muçulmana que, alinhada a convenções próprias do gênero melodramático (MARTIN-BARBERO, 2003; THOMASSEAU, 2005), representava diversos aspectos de “maldade” na sua construção. Neste artigo, baseado em nosso trabalho de conclusão de curso, procuramos verificar se, mesmo em uma narrativa que apresentava uma ótica favorável à população oriental e refugiada, a ascendência de Dalila poderia maximizar os fatores que conformam a sua vilania. Como metodologia, combinamos a Análise de Conteúdo (BARDIN, 1977) e Análise de Imagens em Movimento (ROSE, 2002) para observar o figurino, as falas e as atitudes da vilã em capítulos selecionados e, assim, buscar identificar possíveis aspectos de vilania (OROZ, 1992) e orientalismo (SAID, 2007) presentes na sua construção. O que notamos foi que, ainda que signos do “Oriente imaginado” fossem frequentemente utilizados para intensificar a relação entre Dalila e o “Mal”, isso se baseava mais na religião (muçulmana) do que na origem (árabe) da vilã. Assim, notamos que, pelo menos em relação à sua vilã, a narrativa pouco rompeu com – ao contrário, reforçou – imaginários correntes no cenário nacional contemporâneo relativos à “maldade” feminina e à “clandestinidade” oriental, concomitantemente.
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