Transmissão e contágio nas relações entre mães lésbicas e suas filhas e filhos
DOI:
10.29327/2410051.6.20-5Resumo
O presente texto pretende abordar a temática das homoparentalidades nas vozes de filhas e filhos que cresceram ou crescem em lares de mães lésbicas, mais especificamente no que tange à vivência da sexualidade dessas/es filhas/os. Para tal, utilizaremos as noções de contágio e transmissão como forma de pensar os atravessamentos da homossexualidade das mães na vida dessas/es filhas/os, uma vez que, ainda hoje, é difundida a ideia de que mães lésbicas criarão lésbicas e gays. Compondo com as noções de contágio e transmissão, o dispositivo da sexualidade e o dispositivo da maternidade serão evocados: o primeiro pelo fato de filhas/os aqui abordadas/os se construírem subjetivamente referenciadas/os à homossexualidade das mães, entendendo sexualidade como participante dos jogos de saber e poder; o segundo por se configurarem a partir de exercícios de maternidade. A perspectiva de filhas/os será trazida com base em entrevistas individuais realizadas com seis filhas brasileiras, cinco francesas e dois filhos, um de cada nacionalidade, no Brasil e na França, no período de 2016 a 2018, no curso de uma pesquisa de doutorado. Observou-se que a ideia de transmissão da homossexualidade foi completamente rechaçada pelas/os filhas/os entrevistadas/os, até porque a orientação sexual de uma pessoa é forjada numa complexidade de eventos e vivências, posição essa que reforça o que inúmeros estudos já apontavam. Enfim, o trabalho sugere que essas/esses filhas/os foram contagiadas/os, sim, por suas mães. Porém, contagiadas/os com visões de mundo plurais. Foi-lhes transmitido abertura para enxergarem multiplicidades de formas de ser, mas não lhes foi transmitido homossexualidade.
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