Neoconservadorismo e “Ideologia de Gênero”:
O Favorecimento do Estuprador
Resumo
O abuso sexual é considerado uma violação de direitos humanos. Abusar do corpo e da sexualidade de um indivíduo pela força, pelo poder, pela coerção e/ou pela sujeição da vontade do outro seja por pressão psicológica, intimidação e/ou sedução é um crime. O objetivo deste artigo é, através de um estudo exploratório, analisar como o neoconservadorismo promove, de forma velada, o favorecimento do estuprador em detrimento da proteção de crianças, adolescentes e mulheres vítimas dessas violências, a partir do acionamento da narrativa da “ideologia de gênero” que se desdobra, entre outras coisas, na retirada das discussões de gênero e sexualidade nas escolas brasileiras. Após a busca e análise de dados, foram incluídos nesta pesquisa 10 artigos científicos fundamentados principalmente nas teorizações das/os autoras/es: Flávia Biroli; Guacira Lopes Louro; Michel Foucault e Judith Butler. As implicações do neoconservadorismo fazem parte das relações sociais, mas produzem também impactos singulares na vida das crianças, adolescentes e mulheres. Isto se dá, principalmente pela negação da humanidade das possíveis vítimas, sustentada pelo desprezo a igualdade e a equidade nas relações de gênero e sexualidade, especialmente naquelas entre homens e mulheres, com base na crença de que por serem diferentes e criados com aptidões e funções sociais específicas devem ser compreendidos e tratados como desiguais. Persiste, então, o interesse material e concreto de alguns grupos em barrar e desqualificar as pautas feministas, o que representa um obstáculo central para a democracia brasileira, materializando a proteção do agressor, a perpetuação da cultura do estupro e a revitimização de crianças, adolescentes e mulheres.
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