“É crime sim!”: uma netnografia sobre a criminalização da LGBTQIA+fobia no Brasil

Autores

DOI:

https://doi.org/10.31560/2595-3206.2020.12.10831


Resumo

O objetivo central deste artigo é analisar o posicionamento de pessoas na internet frente às violências contra a população LGBTQIA+, em especial sobre a criminalização da LGBTQIA+fobia, através do vídeo É crime sim! do canal do YouTube Quebrando o Tabu. Para isto, utilizou-se o método netnográfico, através da técnica de observação direta e atendendo aos critérios específicos de confiabilidade. Considerou-se que o Brasil tem um campo jurídico que é arquitetado sob o prisma da natureza, retroalimentando e incorporando a cis heteronormatividade e as identidades fixas, que, por sua vez, pode ser interpretado como um lugar propício para cometer violência contra pessoas LGBTQIA+.

Biografia do Autor

  • Anderson Moraes Pires, Mestrando em Psicologia da Universidade Federal do Ceará

    Bacharelando em Psicologia pelo Centro Universitário Estácio do Ceará.

  • Selene Regina Mazza, Centro Universitário Christus - Unichristus

    Doutora em Ciências pela Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo, na Área de Concentração: Saúde, ciclos de vida e sociedade, Linha de Pesquisa: Ciências sociais, saúde pública e questões contemporâneas. É graduada em Psicologia pela Universidade Federal do Ceará (1989). Tem especialização em Psicologia Junguiana pela Universidade de Ribeirão Preto/IBEHE (1997) e mestrado em Saúde Pública pela Universidade Estadual do Ceará (2002).

  • Jacia Hellen Sobreira Pires, Bacharelando em Direito pela Universidade de Fortaleza

    Bacharelando em Direito pela Universidade de Fortaleza, Graduanda em Comércio Exterior pela UNIASSELVI, servidora pública à disposição do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará - TJCE.

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Publicado

05-04-2021

Edição

Seção

Dossiê Temático: Políticas de extermínio - transfobia, homofobia e feminicídio

Como Citar

“É crime sim!”: uma netnografia sobre a criminalização da LGBTQIA+fobia no Brasil. (2021). Revista Brasileira De Estudos Da Homocultura, 3(12), 108-131. https://doi.org/10.31560/2595-3206.2020.12.10831