Artivismos em movimentos coletivos de dissidências sexuais e de gênero: entre dissensos e a insurgência das (cri)ações de resistência a heteronormatividade de Recife para o novo mundo
DOI:
10.31560/2595-3206.2020.10.10629Resumo
Este artigo trata de alguns dos resultados da minha pesquisa de mestrado (MEIRA, 2019), acontecida de 2017 a 2019, sobre organização coletiva sexodissidente e ações artivistas construídas por cinco coletivos recifenses que estavam (e ainda estão) movimentando o campo das dissidências sexuais e de gênero na cidade do Recife, sendo estes: “monstruosas”, “distro dysca”, “infecciosxs”, “ocupe sapatão” e “hypnos”; buscando analisar dissensos e tensões presentificadas em tais ações e coletivos, e focando em características e especificidades como: articulações coletivas autogeridas, a perspectiva anticapitalista e a não-institucionalização. Desse modo, a pesquisa caminhou em torno das relações indissociáveis entre o campo da sexualidade e processos micro e macro políticos.
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