Colorindo o Marxismo: considerações sobre o materialismo e as lutas LGBTI no capitalismo

Autores

DOI:

10.31560/2595-3206.2020.10.10621

Resumo

Este artigo visa desenvolver uma discussão a respeito da contribuição teórica e política do materialismo histórico dialético para interpretação da diversidade da classe trabalhadora, através da articulação das dimensões de gênero, sexualidade e raça. O percurso analítico adotado envolve reflexões sobre a escalada neoconservadora no Brasil e a organização de movimentos de resistência, problematizando as estratégias universalistas e particularistas das mobilizações sociais. Tais reflexões aproximativas partem do pressuposto de que gênero e sexualidade são racializados e compõem a diversidade da classe trabalhadora. Se é verdade que não podemos afastar os antagonismos das classes sociais e abstrair as relações materiais das análises de gênero e sexualidades, por outro lado, desconsiderar as dimensões de geração, gênero, raça/etnia e sexualidade poderá incorrer em leituras fragmentadas e homogeneizadas da classe social. Neste debate, partiremos de uma perspectiva materialista da totalidade social e da pluralidade dos estudos de gênero e sexualidade, com vistas à emancipação política e humana.

Biografia do Autor

Milena Carlos de Lacerda, Universidade Federal do Tocantins

Assistente Social. Mestre e Doutoranda em Serviço Social pelo Programa de Pós-Graduação em Serviço Social da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Professora do Curso de Serviço Social da Universidade Federal do Tocantins (UFT). Pesquisadora do Núcleo de Estudos, Pesquisa e Extensão em Sexualidade, Corporalidades e Direitos (UFT).

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Publicado

2020-12-31

Como Citar

Lacerda, M. C. de. (2020). Colorindo o Marxismo: considerações sobre o materialismo e as lutas LGBTI no capitalismo. Revista Brasileira De Estudos Da Homocultura, 3(10), 191–213. https://doi.org/10.31560/2595-3206.2020.10.10621

Edição

Seção

Dossiê Temático: Teoria Social Crítica e LGBTI