Entre memórias de infância e crianças legendárias: gênero, raça e sexualidade dos primeiros anos à cena de ballroom & vogue estadunidense
DOI:
10.31560/2595-3206.2020.9.10468Resumo
O presente artigo propõe uma reflexão sobre a infância queer negra, abordando a produção de gênero, raça e sexualidade entre crianças. A partir da imersão em minhas próprias memórias como uma criança queer negra, relembro modos de experimentação e subversão de gênero e sexualidade, interseccionando com dinâmicas raciais entre corpos infantis. Na sequência, exponho brevemente o quadro teórico no qual o conceito de infância surgiu e se desenvolveu no Ocidente. Então, conecto a experiência da infância queer negra com a vivência do papel de “criança” (child) na cena de ballroom & vogue estadunidense, da qual faço parte como membro da House of Lauren. Mostro, assim, maneiras como a comunidade queer negra perturba os paradigmas brancos de infância. Essa última parte foi escrita em parceria com o doutorando, voguer e Overall Prince Don’Té Lauren (Cuauhtémoc Peranda).Referências
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