ESTRATÉGIAS AGROECOLÓGICAS PARA A SEGURANÇA ALIMENTAR EM AMBIENTES DE MONTANHA EM TERESÓPOLIS – RJ (BRASIL)

Autores

  • Hugo de Souza Cerqueira hugorocerqueira@gmail.com
    Associação Agroecológica de Teresópolis - AAT
  • Renato Linhares de Assis renato.assis@embrapa.br
    Embrapa Agrobiologia
  • Lucia Helena Maria de Almeida luciabsj@gmail.com
    Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
  • José Guilherme Marinho Guerra guilherme.guerra@embrapa.br
    Embrapa Agrobiologia
  • Adriana Maria de Aquino adriana.aquino@embrapa.br
    Embrapa Agrobiologia

DOI:

10.31413/nativa.v6i6.6787

Resumo

O estudo foi realizado com agricultores vinculados a Associação Agroecológica de Teresópolis (AAT), visando formular e avaliar de forma participativa propostas agroecológicas. A produção agrícola orgânica familiar analisada tem forte aspecto cultural, notadamente na decisão do que plantar, considerando não apenas a demanda de mercado, mas também hábitos alimentares das famílias agricultoras. Assim, os diferentes materiais genéticos avaliados possibilitaram maior diversificação dos sistemas de produção envolvidos nas ações de troca de saberes, e a dinâmica estabelecida fortaleceu as relações agricultor-agricultor, potencializando o processo de construção e apropriação de conhecimentos. A estratégia de mercado de feira local permitiu um rápido escoamento da produção e estabelecer diálogo agricultor-consumidor com o intercâmbio de saberes culinários que reforçaram a Segurança Alimentar e Nutricional de ambos com “novos” produtos e receitas.

Palavras-chave: segurança alimentar, pesquisa participativa, transição agroecológica.

 

AGROECOLOGICAL STRATEGIES FOR FOOD SECURITY IN MOUNTAIN ENVIRONMENTS IN TERESÓPOLIS – RJ (BRAZIL)

 

ABSTRACT:

The study was carried out with farmers associated with the Associação Agroecológica de Teresópolis (AAT), aiming to formulate and evaluate agroecological proposals through a participative method. The family-based organic agricultural production analysed has a strong cultural aspect, notably the decision of what to plant, taking into account not only the market demand, but also eating habits of the farmer families. As such, the different genetic material evaluated allowed greater diversification of the production systems involved in the actions of exchange of flavors, and the established dynamic strengthened farmer-farmer relations, potentializing the process of building and appropriation of knowledge. The local market fair strategy allowed a quick distribution of the production and established a farmer-consumer dialogue with the exchange of culinary knowledge which strengthen Food and Nutritional Security of both with “new” products and recipes.

Keywords: food security, participative research, agroecological transition.

Biografia do Autor

Hugo de Souza Cerqueira, Associação Agroecológica de Teresópolis - AAT

Possui graduação em Ciências Sociais pela Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ (2012), trabalhou como pesquisador e extensionista do Observatório da Educação - NUTES/UFRJ (2010-2013), é produtor rural e integra a Associação Agroecológica de Teresópolis - AAT. Tem experiência em sociologia e agricultura com interface da educação.

Renato Linhares de Assis, Embrapa Agrobiologia

Possui graduação em Engenharia Agronômica pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (1984), mestrado em Agronomia (Ciências do Solo) pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (1993) e doutorado em Economia Aplicada pela Universidade Estadual de Campinas (2002). Atualmente é pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), junto ao Centro Nacional de Pesquisa de Agrobiologia, atuando no Núcleo de Pesquisa e Treinamento para Agricultores da Região Serrana Fluminense, e professor do programa de mestrado de Agricultura Orgânica - associação entre a Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro e a Embrapa Agrobiologia, bem como do programa de doutorado binacional em Ciência, Tecnologia e Inovação em Agropecuária - parceria entre a Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro e a Universidad Nacional de Rio Cuarto na Argentina. Tem experiência na área de Agroecologia, com ênfase em Desenvolvimento Rural, atuando principalmente com os seguintes temas: agricultura de montanha, agricultura familiar, agricultura orgânica, processos participativos de construção de conhecimentos, avaliação da sustentabilidade agrícola e políticas públicas.

Lucia Helena Maria de Almeida, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro

Possui graduação em Engenharia Agronômica pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (1995). É mestra em Agricultura Orgânica pela UFRRJ e Embrapa Agrobiologia. Atua em projetos desenvolvidos por pesquisadores e professores vinculados aos grupos Núcleos de Agroecologia e Produção Orgânica do Km 47 relacionados à adoção de práticas agroecológicas junto a agricultores familiares do Estado do Rio de Janeiro, bem como aos aspectos relacionadas à pequena agroindustrialização de produtos orgânicos, à produção de sementes orgânicas, à gestão da biomassa em sistemas orgânicos de produção, à comercialização de produtos orgânicos e à organização dos agricultores orgânicos e de consumidores sobretudo no que diz respeito à avaliação da conformidade da produção orgânica. Tem experiência na área de Agronomia, com ênfase em Extensão Rural, agricultura familiar, comunidades tradicionais e gestão de projetos. Atua na organização de eventos de socialização do conhecimento realizados na Fazendinha Agroecológica Km 47.

José Guilherme Marinho Guerra, Embrapa Agrobiologia

Possui graduação em Agronomia pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (1983), mesma instituição em que cursou o doutorado em Agronomia - Ciência do Solo (1993). É pesquisador A da Embrapa Agrobiologia, pesquisador 1-D no Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e tecnológico (CNPq), professor na Universidade Federal Rural do Rio de janeiro no Programa de Pós-graduação em Fitotecnia e no Programa de Pós-graduação em Agricultura Orgânica, no qual leciona a disciplina "Gestão da Biomassa vegetal em Sistemas Orgânicos de Produção". Orienta alunos de mestrado e de doutorado. Atua na área de agricultura orgânica com ênfase em adubação verde e olericultura orgânica. É bolsista do programa Cientista do Nosso Estado da FAPERJ e de produtividade no CNPq, coordenando projetos de pesquisa e desenvolvimento financiados por estas instituições. Coordena um grupo de pesquisa em agricultura orgânica no diretório do CNPq. Apoia ações de pesquisa e de socialização do conhecimento junto a agricultores orgânicos e agroecológicos em parceria com associações, articulações e outros grupos organizados.

Adriana Maria de Aquino, Embrapa Agrobiologia

Possui doutorado em Agronomia na área de Ciência do Solo pela UFRuralRJ. Pesquisadora da Embrapa Agrobiologia, orienta no Doutorado Binacional em Ciência, Tecnologia e Inovação Agropecuária da UFRuralRJ. Atua no Núcleo de Pesquisa e Treinamento para Agricultores em Nova Friburgo-RJ. Tem experiência na área de Agronomia, com ênfase em Biologia do Solo, atuando principalmente nos seguintes temas: matéria orgânica, vermicompostagem, minhocas, fauna do solo e bioindicadores em sistemas agroecológicos, orgânicos e em ambientes de montanha.

Referências

ABRAMOVAY, R. Para uma teoria de estudos territoriais. 2006. Disponível em: <http://nmd.ufsc.br/files/2011/05/Abramovay_Para_uma_teoria_dos_estudos_territoriais.pdf>. Acesso em: 06 de setembro de 2017.

BUSCH, A.; AMORIM, S. A tragédia da região serrana do Rio de Janeiro em 2011: procurando respostas. ENAP: Casoteca de Gestão Pública, 2011. Disponível: <http://casoteca.enap.gov.br/>. Acesso em: 29 mai. 2015.

FAO_ FOOD AND AGRICULTURAL ORGANIZATION. Declaración de Adelboden sobre la Agricultura y El Desarrollo Rural Sosteniblesenregiones de Montaña (ADRS-M). 2002. Disponível em <http://www.fao.org/sard/common/ecg/1182/es/AdelbodenDeclaration_es.pdf>. Acesso em: 25 de agosto de 2010.

MARTINELLI, G. Mountain Biodiversity in Brazil. Revista Brasileira de Botânica, São Paulo, v. 30, n. 4, p. 587-597, out./dez. 2007. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/S0100-84042007000400005

NAÇÕES UNIDAS. Agenda 21. Rio de Janeiro, 1992. Disponível em <http://www.mma.gov.br/sitio/index.php?ido=conteudo.monta&idEstrutura=18&idConteudo=575&idMenu=9065 >. Acesso em: 25 de agosto de 2010.

NAÇÕES UNIDAS. Desarrollo sostenible: desarrollo sostenible de las regiones montañosas. Asamblea General, 2007. Disponível em <http://daccess-dds-ny.un.org/doc/UNDOC/LTD/N07/628/63/PDF/N0762863.pdf?OpenElement>. Acesso em: 02 de julho de 2010.

NETTO, A. L. Políticas públicas para o desenvolvimento rural em ambientes de montanha no Brasil e na Argentina. 2013. 183 f. Tese (Doutorado em Ciência, Tecnologia e Inovação em Agropecuária). Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. Seropédica, 2013.

NETTO, A., L.; AQUINO, A. M. de; ASSIS, R. L. de. Agricultura de Montanha: uma prioridade latente na agenda da pesquisa brasileiro. Brasília: Embrapa Informação Tecnológica, 2011. 75p. (Texto para Discussão, 41) Disponível em: <https://www.alice.cnptia.embrapa.br/alice/bitstream/doc/901579/4/Texto41.pdf>. Acesso em: 15 out. 2018.

Downloads

Publicado

2018-11-05

Como Citar

Cerqueira, H. de S., de Assis, R. L., Almeida, L. H. M. de, Guerra, J. G. M., & Aquino, A. M. de. (2018). ESTRATÉGIAS AGROECOLÓGICAS PARA A SEGURANÇA ALIMENTAR EM AMBIENTES DE MONTANHA EM TERESÓPOLIS – RJ (BRASIL). Nativa, 6(6), 654–659. https://doi.org/10.31413/nativa.v6i6.6787

Edição

Seção

Desenvolvimento Rural / Rural development