ANALISE DA FRAGMENTAÇÃO FLORESTAL NA MATA ATLÂNTICA DE SERGIPE
DOI:

Palavras-chave:
Desmatamento, mapbiomas, Métricas de ecologia de paisagemResumo
O objetivo do presente estudo foi analisar a estrutura da cobertura florestal da Mata Atlântica de Sergipe de 2001 para 2021 utilizando índices de ecologia da paisagem. Para isso, os fragmentos florestais de 2001 e 2021 foram mapeados a partir de imagens obtidas do projeto Mapbiomas 7.0. As métricas de paisagem foram calculadas utilizando o Patch Analyst (ArcGis 9.3). Os resultados revelam que as classes formação florestal (FF) e mangue (MA) apresentaram aumento na cobertura florestal, dos fragmentos grandes e na conectividade dos fragmentos. Essas duas classes estão, em boa parte, inseridas em áreas protegidas ou Área de Preservação Permanente. Já as classes formação savânica (FS) e formação campestre (FC) evidenciaram degradação de 2001 para 2021, com perda de área, fragmentação dos grandes fragmentos em tamanhos menores, maior isolamento e efeito de borda com perda de área central. O desmatamento nestas classes pode ser resultado do relevo plano, dossel aberto e estrato composto por plantas gramíneas com uma boa aptidão para a agropecuária. Programas de restauração florestal em FC e FS podem auxiliar na recomposição da cobertura florestal.
Palavras-chave: desmatamento; Mapbiomas; ecologia da paisagem.
Analysis of forest fragmentation in the Atlantic forest of Sergipe, Brazil
ABSTRACT: The aim of this study was to analyze the structure of the forest cover of Sergipe's Atlantic Forest from 2001 to 2021 using landscape ecology indices. To do this, the forest fragments from 2001 and 2021 were mapped using images obtained from the Mapbiomas 7.0 project. Landscape metrics were calculated using Patch Analyst (ArcGis 9.3). The results show that the forest formation (FF) and mangrove (MA) classes increased forest cover, large fragments and fragment connectivity. These two classes are largely located in protected areas or Permanent Preservation Areas. The savannah formation (FS) and grassland formation (FC) classes showed degradation from 2001 to 2021, with loss of area, fragmentation of large fragments into smaller ones, greater isolation and edge effect with loss of central area. Deforestation in these classes may result from the flat relief, open canopy, and stratum, which are grassy plants with a good aptitude for agriculture. However, the proposed forest restoration programs in FC and FS present a significant opportunity for positive change, inspiring us to work towards a more sustainable future.
Keywords: deforestation; Mapbiomes; landscape ecology.
Referências
ALVARES, C. A.; STAPE, J. L.; SENTELHAS, P. C.; GONÇALVES, J. L. M.; SPAROVEK, G. Köppen’s climate classification map for Brazil. Meteorologische Zeitschrift. v. 22, n. 6, p. 711-728. 2013. https://doi.org/10.1127/0941-2948/2013/0507
ARAYA, Y. H.; CABRAL, P. Analysis and modeling of urban land cover change in Setúbal and Sesimbra, Portugal. Remote Sensing. v. 2, p. 1549-1563, 2010. https://doi.org/10.3390/rs2061549
CABACINHA, C. D.; CASTRO, S. S.; GONÇALVES, D. A. Análise da estrutura da paisagem da alta bacia do Rio Araguaia na savana brasileira. Revista Floresta, v. 40, n. 4, p. 675-690, 2010. http://dx.doi.org/10.5380/rf.v40i4.20318
CALEGARI, L.; MARTINS, S. V.; GLERIANI, J. M.; SILVA, E.; BUSATO, L. C. Análise da dinâmica de fragmentos florestais no município de Carandaí, MG, para fins de restauração florestal. Revista Árvore, v. 34, n. 5, p. 871-880, 2010. https://doi.org/10.1590/S0100-67622010000500012
CONGALTON, R. G.; GREEN, K. Assessing the Accuracy of Remotely Sensed Data. Boca Raton: Taylor & Francis, 2019. 346p. https://doi.org/10.1201/9780429052729
COSTA, R. L.; PREVEDELLO, J. A.; SOUZA, B. G.; CABRAL, D. C. Forest transitions in tropical landscapes: a test in the Atlantic Forest biodiversity hotspot. Applied Geography, v. 82, p. 93-100, 2017. https://doi.org/10.1016/j.apgeog.2017.03.006
FERNANDES, M. M.; LIMA, A. H. S.; WANDERLEY, L. L.; FERNANDES, M. R. M.; ARAÚJO FILHO, R. N. Fragmentação florestal na Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco, Brasil. Ciência Florestal, v. 32, p. 1227-1246, 2022. https://doi.org/10.5902/1980509845253
FERNANDES, M. R. M.; MATRICARDI, E. A. T.; ALMEIDA, A. Q.; FERNANDES, M. M. Mudanças do Uso e de Cobertura da Terra na Região Semiárida de Sergipe. Floresta e Ambiente, v. 22, n. 4, p. 472-482, 2015. http://dx.doi.org/10.1590/2179-8087.121514
FERNANDES, M. R. M.; FERNANDES, M. M.; ALMEIDA, A. Q.; GONZAGA, M. I. S.; GONCALVES, F. G. Ecologia da Paisagem de uma Bacia Hidrográfica dos Tabuleiros Costeiros do Brasil. Floresta e Ambiente, v. 24, n. 1, p. 1-9, 2017. https://doi.org/10.1590/2179-8087.025015
FORMAN, R. T. T.; GODRON, M. Landscape ecology. Hoboken: John Wiley & Songs, 1986. 620p.
Fundação SOS Mata Atlântica / INPE. Atlas dos remanescentes florestais da Mata Atlântica Período 2019-2020. Fundação
SOS Mata Atlântica/Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais - INPE. https://cms.sosma.org.br/wp-content/uploads/2022/05/Sosma-Atlas-2022-1.pdf
IBGE_Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Define a data de término do período de transição definido na RPR 01/2005 e dá outras providências sobre a transformação entre os referenciais geodésicos adotados no Brasil. Resolução da presidência. 1ª edição, v. 1, 2015. Disponível em: https://geoftp.ibge.gov.br/metodos_e_outros_documentos_de_referencia/normas/rpr_01_2015_sirgas2000.pdf. Acesso em: 28 Jun. 2023.
IBGE_Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Sistema IBGE de Recuperação Automática - SIDRA, 2019. Disponível em: https://sidra.ibge.gov.br/home/pnadct/brasil. Acessado em 13 Jan. 2024.
ICMBIO_Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade. Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção, 2018. Disponivel em: https://www.gov.br/icmbio/. Acessado em 13 Jan. 2024.
JUVANHOL, R. S.; FIEDLER, N. C.; SANTOS, A. R.; PIROVANI, D. B.; LOUZADA, F. L. R. O.; DIAS, H. M.; TEBALDI, A. L. C. Análise espacial de fragmentos florestais: caso dos parques estaduais de Forno Grande e Pedra Azul, Estado do Espírito Santo. Floresta e Ambiente, v. 18, p. 353-364, 2011. https://doi.org/10.4322/floram.2011.055
KEENAN, R. J.; REAMS, G. A.; ACHARD, F.; DE FREITAS, J. V.; GRAINGER, A.; LINDQUIST, E. Dynamics of global forest area: Results from the FAO Global Forest Resources Assessment 2015. Forest Ecology and Managenment, v. 352, p. 9-20, 2015. https://doi.org/10.1016/j.foreco.2015.06.014
LANDIS, J. R.; KOCH, G. G. The measurement of observer agreement for categorical data. Biometrics, v. 33, p. 159-174, 1977. https://doi.org/10.2307/2529310
MARTINS, S. V. Ecologia de florestas tropicais do Brasil. Viçosa: Editora UFV, 2012. 371p.
MAPBIOMAS. Destaques do mapeamento anual de cobertura e uso da terra no Brasil entre 1985 a 2021- São Paulo, SP: Mapbiomas, 2022. 16p. Disponivel em: http://alerta.mapbiomas.org. Acesso em: 10 Jan. 2024.
MCGARIGAL, K.; MARKS, B. J. FRAGSTATS: Spatial pattern analysis program for quantifying landscape structure. Portland: USDA Forest Service General Technical Report PNWGTR-351, 1995. 132p. Disponivel em: https://www.fs.fed.us/pnw/pubs/pnw_gtr351.pdf. Acesso em: 10 jan. 2024.
MCGARIGAL, K. Fragstats: Fragstats help - versão 4.2. Computer software program produced by the author at the University of Massachusetts. Massachusetts: Amherst, 2013. 182p. Disponivel em: https://web.archive.org/web/20200812053053id_/http://www.umass.edu/landeco/research/fragstats/documents/fragstats.help.4.2.pdf. Acesso em 16 mai. 2024.
METZGER, J. P. Effects of slash-and-burn fallow periods on landscape structure. Environmental Conservation, v. 30, n. 4, p. 325-333. 2003. https://doi.org/10.1017/S0376892903000341
MITTERMEIER, R. A.; GILL, P. R.; HOFFMANN, M.; PILGRIM, J.; BROOKS, J.; MITTERMEIER, C. J.; LAMOURUX, J.; FONSECA, G. A. B. Hotspots revisited: earth’s biologically richest and most endangered terrestrial ecoregions. CEMEX, Washington, 2005. 392p.
PINTO, F. L. G.; METZGER, P. J.; SPAROVEK, G. Food production in the Atlantic Forest Challenges for sustainable, healthy and carbon neutral farming practices in Brazil's top food producing biome. São Paulo: Fundação SOS Mata Atlântica, 2022. 36p. Disponivel em: https://cms.sosma.org.br/wpcontent/uploads/2022/11/SOSMA_Food-production-in-the-Atlantic-Forestdigital.pdf. Acesso em: 03 Jan. 2024.
RIBEIRO, M. C.; METZGER, J. P.; MARTENSEN, A. C.; PONZONI, F. J.; HIROTA, M. M. The Brazilian Atlantic Forest: how much is left, and how is the remaining forest distributed? implications for conservation. Biological Conservation, v. 142, n. 6, p. 1141-1153, 2009. https://doi.org/10.1016/j.biocon.2009.02.021
SANTOS, G. G. A.; OLIVEIRA, M.; MIRANDA, I. S.; MITJA, D.; MAFRA, N.; LAQUES, A. E. Efeitos da escala e configuração da paisagem sobre comunidades vegetais em uma paisagem antropizada no nordeste da Amazônia. Revista Espacios, v. 38, n. 46, p. 27, 2017.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2024 Nativa

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
Direitos Autorais para artigos publicados nesta revista são do autor, com direitos de primeira publicação para a revista. Em virtude de a aparecerem nesta revista de acesso público, os artigos são de uso gratuito, com atribuições próprias, em aplicações educacionais e não-comerciais.
A artigos publicados nessa revista, podem ser reproduzidos parcialmente ou utilizados como referência por outros autores, desde que seja cita a fonte, ou seja, a Revista Nativa.
Copyright for articles published in this journal are the authors, with first publication rights granted to the journal. The journal shows open access, and articles are free to use, with proper attribution, in educational and non-commercial.
The articles published in this journal may be reproduced in part or used as a reference by other authors, provided that the source is quoted.