POR UMA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR FORJADA EM AFRORREFERÊNCIAS
DOI:
https://doi.org/10.51283/rc.29.e20109Palavras-chave:
Educação Física Escolar, Afrorreferências, Étnico-Raciais, Formação DocenteResumo
Esta pesquisa, de abordagem teórica, partiu das seguintes indagações: quais têm sido os debates forjados sobre afrorreferências na área da educação? Quais contribuições esses debates têm trazido para a educação física escolar outra(s)? O objetivo delineado foi dialogar com a produção de conhecimentos de pessoas que tem pautado estudos, pesquisas e reflexões no campo das afrorreferências. Busquei apresentar algumas produções na área da educação como a de Alves (2016), Campos e Durans (2019), Bolonhezi; Eskildsen (2020), Silva (2020), Machado; Oliveira (2022), Mariz (2022). Especificamente, na área da educação física, compartilhei as pesquisas de Rodrigues (2023) e Santana (2024), ambas desenvolvidas no âmbito do mestrado profissional. As pesquisas dos professores-pesquisadores mostraram a potência das afrorreferências para forjar uma (re)educação das relações étnico-raciais, para o reconhecimento, a valorização e o respeito para com as produções dos povos negros em África e no Brasil. Ambos ressaltaram a importância das formações continuadas para a efetivação de uma educação afrorreferenciada e antirracista nas escolas, pois, a partir dos cursos ofertados para as professoras, notaram que ainda existem muitas dificuldades e lacunas nas políticas de ações afirmativas para a formação docente. Contudo, cheguei a feliz conclusão que muitos têm sido os debates no campo das afrorreferências, tendo produzido mudanças significativas na área da educação.
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