“DOENÇA HOLANDESA”: ASPECTOS TEÓRICOS E EVIDÊNCIAS EMPÍRICAS PARA A ECONOMIA BRASILEIRA

Autores

  • Renato Nataniel Wasques renatowasques@ufmt.br
    Universidade Federal de Mato Grosso, Campus Universitário de Rondonópolis - UFMT/CUR.
  • Jaime Graciano Trintin jgtrintin@gmail.com
    Universidade Estadual de Maringá - UEM.

DOI:

10.19093/res7211

Palavras-chave:

Economia Brasileira, “Doença Holandesa”, Taxa de Câmbio.

Resumo

Esse artigo tem como objetivo verificar se a apreciação da moeda brasileira, observada na primeira década do século XXI, resultou da manifestação do fenômeno da “doença holandesa”, isto é, avaliar se essa apreciação foi consequência do aumento dos preços internacionais das commodities exportadas pelo Brasil, bem como do aumento das exportações dessas commodities, principalmente para os países populosos da Ásia. Inicialmente, apresenta-se a literatura econômica acerca do fenômeno da “doença holandesa”. Em seguida, realiza-se uma análise do caso brasileiro buscando-se evidenciar sintomas da manifestação da “doença holandesa” ao longo dos anos 2000. As análises empreendidas neste estudo permitiram identificar vários sintomas da manifestação da “doença holandesa” na economia brasileira.

Biografia do Autor

Renato Nataniel Wasques, Universidade Federal de Mato Grosso, Campus Universitário de Rondonópolis - UFMT/CUR.

É Bacharel em Ciências Econômicas pela Universidade Estadual do Paraná (2009), Mestre em Economia, área de concentração: Teoria Econômica, pela Universidade Estadual de Maringá (2012) e Doutor em Economia, área de concentração: Desenvolvimento Econômico, pela Universidade Federal de Uberlândia (2018). Atua como Professor Adjunto I na Universidade Federal de Mato Grosso, Campus Universitário de Rondonópolis, no curso de Ciências Econômicas. Suas pesquisas se concentram nas seguintes áreas: Economia Brasileira Contemporânea; Desenvolvimento Econômico e Pensamento Social Brasileiro. São temas de pesquisa: desindustrialização brasileira e latino-americana; "doença holandesa"; Estado e desenvolvimento; Estado e planejamento, com ênfase no pensamento de Celso Furtado. Sua tese de doutorado tem como tema as ideias de Celso Furtado sobre Estado e Planejamento nas economias e sociedades capitalistas, desenvolvidas e subdesenvolvidas.

Jaime Graciano Trintin, Universidade Estadual de Maringá - UEM.

Possui graduação em Ciênicas Econômicas pela Universidade Estadual de Maringá (1984), mestrado em Economia pela Universidade Federal de Pernambuco (1988) e doutorado em Ciência Econômica pela Universidade Estadual de Campinas (2000). Atualmente é professor adjunto - tide da Universidade Estadual de Maringá. Tem experiência na área de Economia, com ênfase em Economia Regional, atuando principalmente nos seguintes temas: desenvolvimento regional, desenvolvimento econômico, economia paranaense, arranjos produtivos locais e arranjos produtivos, cluster.

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Publicado

2019-02-07

Como Citar

Wasques, R. N., & Trintin, J. G. (2019). “DOENÇA HOLANDESA”: ASPECTOS TEÓRICOS E EVIDÊNCIAS EMPÍRICAS PARA A ECONOMIA BRASILEIRA. Revista De Estudos Sociais, 20(41), 160–186. https://doi.org/10.19093/res7211

Edição

Seção

Artigos