Arquitetura Silenciosa da Violência: reflexões sobre os processos de naturalização que retroalimentam violências
DOI:
10.31560/2595-3206.2020.12.10605Resumen
O artigo visa refletir e documentar parte do processo educacional construindo nas unidades curriculares, Psicologia Social e Políticas Educacionais à medida que se debruça sobre a desnaturalização do pensar cotidiano e abre a perspectiva de narrativas que foram silenciadas serem narradas, discutidas, transformadas em ações públicas no interior da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri - UFVJM e fora dela. Visa analisar como na desnaturalização do cotidiano social, evidenciamos a Arquitetura Silenciosa da Violência edificada pelo tabu. O artigo resulta do trabalho docente e da trajetória como coordenadora de curso, pesquisadora e responsável pelo trabalho de extensão Rede de Proteção a Mulher: rompendo a violência, o silencio e a invisibilidade. Nele, foco três trabalhos educacionais, de três acadêmicas, mulheres, duas negras, uma branca, que em comum viveram violências sexuais e simbólicas. Elas conseguiram romper com o silêncio e no laboratório promovido pela dor, emergiram formas diferentes de enfrentamento que as levaram à condição de sujeito-de-si. Ao nomeá-lo: Arquitetura Silenciosa da Violência, assumo a postura de discorrer sobre como o tabu tem sido o elemento estruturante que mantém silenciada e retroalimentada a naturalização simbólica e ritualista da cultura, que reifica a hierarquia patriarcal internalizada.
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