O RELEVO PARA SE PENSAR GEOGRAFICAMENTE NA ESCOLA BÁSICA: a importância do diálogo entre as escalas, e o seu exercício ao longo da Depressão Cuiabana.
Palavras-chave:
Relevo, Escala, Geografia escolar, Ensino, Depressão cuiabana.Resumo
O presente artigo concebe o relevo como uma temática físico-natural que guarda um potencial de significados extremamente propositivos e que o integrando a outros conceitos da ciência geográfica, linguagens adequadas e uma metodologia participativa, dentro da realidade do aluno, pode ser um caminho relevante para a construção de conhecimentos geográficos. A leitura de mundo, mediada pelo professor a partir dos espaços locais, sem perder a conexão com outros espaços mais distantes, mas associando-os para construir uma visão do todo, faz pensar na Geografia escolar como uma disciplina capaz de permitir aos alunos enxergar que o seu lugar se integra ao mundo, está a ele conectado. Os estudantes precisam ter em mente, as dimensões dos fenômenos em toda a sua complexidade, para que possam compreender os limites, a amplitude, e sobretudo as relações e processos que se estabelecem na ocupação do espaço. Assim, o conceito de escala na Geografia escolar é primordial para o reconhecimento dessas e de muitas outras dinâmicas que se conjugam na superfície terrestre, e deve ser conteúdo que se reserve atenção especial por parte do docente da escola básica. Dessa forma, por meio do conteúdo relevo nos permitimos estabelecer um diálogo entre a escala cartográfica e geográfica, para que as “dimensões” macro e micro construam o todo e possam gerar a partir do ensino, aprendizagem significativa. Para tal, desenvolvemos a aplicabilidade desse exercício tendo como espaço local a Depressão Cuiabana, no Estado de Mato Grosso.
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