Inclusão na educação Geográfica: teorias e práticas

Resumo

Esta pesquisa analisa teorias e práticas educacionais inclusivas aplicadas ao ensino de geografia para estudantes com deficiência na educação básica. O objetivo geral é investigar o papel dessas abordagens na promoção da educação geográfica inclusiva. Utilizou-se metodologia qualitativa, pela análise documental, entrevistas e observações em escolas de uma localidade rural. Os resultados evidenciam lacunas entre as políticas de inclusão formalizadas nas escolas e sua efetivação nas práticas pedagógicas. Embora existam orientações genéricas, faltam desdobramentos concretos no ensino de Geografia quanto a adaptações curriculares e didáticas necessárias para a participação dos alunos com deficiência. As respostas do gestor escolar e a observação em sala denotam pouca familiaridade dos professores com princípios inclusivos como o Desenho Universal de Aprendizagem. Identifica-se carência de formações, recursos adaptados e apoios pedagógicos para adequar as práticas à diversidade de características e necessidades educacionais dos discentes. Essa distância entre o prescrito e o praticado sinaliza o fenômeno do enactment, uma lacuna entre políticas normatizadas e seu desenvolvimento pelos educadores em seu cotidiano profissional. Superar esse hiato requer investimentos em capacitações, materiais didáticos acessíveis e suporte técnico-pedagógico, fundamentais para aproximar o ensino de Geografia da perspectiva inclusiva. Conclui-se que, apesar da existência de políticas, sua aplicação prática ainda é insuficiente. Logo, fazem-se necessários apoios institucionais concretos para que os professores saibam adequar suas práticas de modo a reduzir barreiras e ampliar as oportunidades de aprendizagem geográfica para todos os educandos.