Classificação Do Nível De Trofia De Um Trecho Do Rio Guamá, Belém - Pará

Autores

Palavras-chave:

Rio Guamá, IET, Eutrofização

Resumo

A água é um elemento essencial a vida e manutenção do planeta. O Brasil tem a maior disponibilidade de água doce do mundo, no entanto, a premissa em considerar inesgotável por sua abundância perde sentido visto a má qualidade e uso da água superficial. Dessa forma, a poluição hídrica pode geral níveis de trofia, fenômeno este chamado de eutrofização. Com isso, o objetivo desse trabalho foi classificar o nível de trofia e indicar a limitação na atividade primária do rio Guamá, um importante receptor de canais urbanos. A coleta da água ocorreu em duplicata em oito pontos do rio e as análises de fósforo total (PT) e clorofila a (CL) foram feitas em triplicatas. Em todas as amostras fósforo estava em desconformidade com o CONAMA 357/2005, por outro lado, clorofila a manteve-se em conformidade. O Índice do Estado Trófico (IET) para PT foi maior que CL nos pontos RG1, RG2, RG3, RG5 indicando um fator limitante para o crescimento da atividade primária. Ao contrário, o ponto RG6 existem condições e recursos favoráveis para o crescimento de fitoplâncton, por isso IET para CL foi maior em relação a PT. Predominou-se a classificação de IET mesotrófico, eutrófico e supereutrófico. A determinação do IET é fundamental para avaliar o grau de eutrofização da água superficial e os fatores que alteram dinâmica do ecossistema aquático. O rio Guamá é o reflexo de uma urbanização sem ordenamento e sem tratamento sanitário que contribui para o lançamento de esgoto sem tratamento diretamente na água superficial.

Referências

ABNT. Associação Brasileira de Normas Técnicas, 1987. NBR 9898: Preservação e técnicas de amostragem de efluentes líquidos e corpos receptores. Rio de Janeiro, 1987b.

ADAMOVICH, B. V.; ZHUKOVA, T. V.; MIKHEEVA, T. M.; KOVALEVSKAYA, R. Z.; LUK’YANOVA, E. V. Long-Term Variations of the Trophic State Index in the Narochanskie Lakes and Its Relation with the Major Hydroecological Parameters, Water Resources, v. 43, n. 5, p. 809–817, 2016.

ANA. Agência Nacional de Águas. Brasil tem cerca de 12% das reservas mundiais de água doce no planeta. Disponível em: https://www.ana.gov.br/noticias-antigas/brasil-tem-cerca-de-12-das-reservas-mundiais-de-a.2019-03-15.1088913117. Acesso em 11 ago. 2020.

ANA. Agência Nacional de Águas. Conjuntura dos recursos hídricos no Brasil 2018 - Informe Anual, Brasília: ANA, 2018. 72p. Disponível em: https://arquivos.ana.gov.br/portal/publicacao/Conjuntura2018.pdf, Acesso em 11 ago. 2020

ANA. Agência Nacional de Águas. Guia Nacional de coleta e preservação de amostras: água, sedimento, comunidades aquáticas e efluentes líquidos. São Paulo: CETESB, Brasília: ANA, 2011. 326p.

APHA. Standard methods for the examination of water and wastewater. Washington: American Public Health Association, 2017.

BOTELHO, R. G.; TORNISIELO, V. L. Avaliação espaço-temporal da clorofila a e do Índice do Estado Trófico no rio Piracicaba, São Paulo, Brasil. Revista Holos Environment, v.14, n. 2, p. 124-134, 2014

BRAGA, B.; HESPANHOL, I.; CONEJO, J. G. L.; MIERZWA, J. C.; BARROS, M. T. L.; SPENCER, M; PORTO, M.; NUCCI, N.; JULIANO, N.; EIGER, S. Introdução à Engenharia Ambiental. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2005.

CARDOSO, A. C. D.; NETO, R. S. V., A evolução urbana de Belém: trajetória de ambiguidades e conflitos socioambientais. Cadernos Metrópole, v. 15, n. 29, p. 55-75, 2013.

CARNEIRO, L.; OSTROSKI, A.; MERCURI, E. G. F. Trophic state index for heavily impacted watersheds: modeling the influence of diffuse pollution in water bodies. Hydrological Sciences Journal, 2020.

CETESB. Companhia Ambiental do Estado de São Paulo. Qualidade das águas interiores do Estado de São Paulo. Apêndice D. Índice de qualidade das águas, 2017. Disponível em: https://cetesb.sp.gov.br/aguas-interiores/wp-content/uploads/sites/12/2017/11/Ap%C3%AAndice-D-%C3%8Dndices-de-Qualidade-das-%C3%81guas.pdf. Acesso em 25 ago. 2020

CETESB. Companhia Ambiental do Estado de São Paulo. Norma Técnica L5.306. Determinação de clorofila a e feofitina a: método espectrofotométrico, 3º edição, 14p., Fev. 2014. Disponível em https://cetesb.sp.gov.br/wp-content/uploads/2013/11/L5306.pdf. Acesso em 25 ago. 2020.

IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Informações por cidades e Estados, 2020. Disponível em: https://www.ibge.gov.br/cidades-e-estados/pa/belem.html. Acesso 16 nov. 2020.

IGAM. Instituto Mineiro de Gestão das Águas. Índice do Estado Trófico, 2018. Disponível em: http://portalinfohidro.igam.mg.gov.br/sem-categoria/322-indice-de-estado-trofico-iet . Acesso 13 nov 2020.

GOMES, F. B. M.; DE PAULA, D. P., Determinação e avaliação do Índice de Estado Trófico (IET) em rio urbano localizado no Estado do Ceará, Brasil. Revista da Casa da Geografia de Sobral, v. 21, n. 2, p. 730-744, 2019.

GREGÓRIO, A. M. S.; MENDES, A. C. Batimetria e sedimentologia da baía do Guajará, Belém, estado do Pará, Brasil. Amazônia: Ci. & Desenv., v.5, n.9, p. 53-72, 2009.

LAMPARELLI, M. C. Graus de trofia em corpos d’água do Estado de São Paulo: Avaliação dos métodos de monitoramento, Tese (Doutorado em Ciências – Ecossistemas terrestres e aquáticos), DP/USP, São Paulo, 2004.

LIMA, A. M. M.; FERREIRA, K. M. N.; COSTA, T. N. C.; Turismo e Segurança Hídrica: desafios na ilha do Combu, Pará, Turismo e Sociedade, v. 13, n. 1; p. 127-149, 2020.

LOPES, Y. K. L.; NEU, V.; FELIZZOLA, J. F.; TEIXEIRA, L. C. G. M.; COSTA, C. E. A. S. Variabilidade hidrogeoquímica em águas do Estuário Amazônico. Ambiência Guarapuava, v. 13, n.2, p.325-341, 2017.

MAIA, A. A. D.; CARVALHO, S. L.; CARVALHO, F. T., Comparação de dois índices de determinação do grau de trofia nas águas do Baixo Rio São José dos Dourados, São Paulo, Brasil. Engenharia Sanitária e Ambiental, v. 20, n. 4, p. 613-622, 2015.

MARQUES, A. K.; BARROS, D. J.; MORAIS, P. B. Análise temporal de Cyanobacteria e Índice de Estado Trófico na PCH Porto Franco, Tocantins. Journal of Bioenergy and Food Science, v.2, n.4, p. 137-144, 2015.

MATOS, J. B.; SILVA, N. I. S.; PEREIRA, L. C. C.; COSTA, R. M. Caracterização quali-quantitativa do fitoplâncton da zona de arrebentação de uma praia amazônica. Acta Botânica Brasílica, v. 26, n. 4, p. 979-990, 2012.

MORAES, B. C.; COSTA, J. M. N.; COSTA, A. C. L.; COSTA, M. H., Variação espacial e temporal da precipitação no estado do Pará. Acta amazônica, v. 35, n. 2, p. 207-214, 2005.

MORAES, D.; FILHO, M. Contribuição das chuvas do período da tarde em Belém e possíveis relações com a normal climatológica, Revista Brasileira de Climatologia, v. 23, n. 14, p. 17-32, 2018.

PINHEIRO, D. C.; SALDANHA, E. C.; MONTE, C. N., Índice de estado trófico e a proveniência do fósforo e clorofila-a em diferentes estações do ano em uma microbacia Amazônica. Revista Ibero-Americana de Ciências Ambientais, v. 10, n. 5, p. 89-100, 2019.

PMB. Prefeitura municipal de Belém. Plano Municipal de Saneamento Básico. Relatório da situação dos serviços de esgotamento sanitário, 2020.

POL, J. J.; BOSCO, B.; GOMES, N. F.; ARTMANN, M., Avaliação ambiental da água superficial do Arroio Schmidt (Campo Bom, RS), por meio de análises físico-química, biológica e toxicológica em dois pontos. Revista Gestão & Sustentabilidade Ambiental, v. 8, n. 3, p. 159-171, 2019.

RAMOS, A. L. D.; SARTÓRIO, M. V. O.; SALDANHA, M. C.; COELHO, A. L. N., Avaliação visual de rios urbanos: metodologia e aplicação. Acta Geográfica, v. 11, n. 25, p. 159-184, 2017.

ROCHA, N. C. V.; LIMA, A. M. M. A sustentabilidade hídrica na bacia do rio Guamá, Amazônia Oriental/Brasil. Sociedade & Natureza, v. 32, p. 141-160, 2020.

ROCHA NETO, O. D.; SILVA, B. M.; PAIVA, R. S. Variação dos parâmetros físico-químicos, composição e biomassa fitoplanctônica em uma estação fixa na foz do rio Guamá, Belém, Pará-Brasil. Boletim Técnico Científico do Cepnor, v. 16, n. 1, p. 19-28, 2017

SANTOS, A. C. S.; FARIAS, N. S. N.; PEREIRA-JUNIOR, A. P., Diatomáceas como indicadoras da qualidade da água em rios urbanos, Brazilian Journal of Development, v. 6, n. 6, p. 34616-34643, 2020.

SANTOS, M. L. S.; HOLANDA, P.; PEREIRA, I.; RODRIGUES, S.; PEREIRA, J. A. R. P.; MESQUITA, K. Influências da condição de maré na qualidade de água do rio Guamá e Baía do Guajará. Bol. Téc. Cient. Cepnor, v. 14, n. 1, p: 17 - 25, 2014.

SANTOS, R. C. L.; LIMA, A. L.; CAVALCANTI, E. B.; MELO, C. M.; MARQUES, M. N. Aplicação de índices para avaliação da qualidade da água da Bacia Costeira do Sapucaia em Sergipe. Engenharia Sanitária e Ambiental, v. 23, n. 1, p. 33-46, 2018.

SEMAS. Secretaria do Estado do Meio Ambiente. Gestão das águas: por um futuro sem sede (Águas Pará, n. 1), Belém: SEMAS, 2010. 26p. Disponivel em: https://www.semas.pa.gov.br/wp-content/uploads/2018/05/Cartilha_Gest%C3%A3o-das-%C3%81guas-por-um-futuro-sustent%C3%A1vel.pdf . Acesso 16 nov 2020

SILVA, J. P; MESQUITA, K. F. C.; PEREIRA, J. A. R.; SOUSA, R. R.; VARELA, A. W. P.; SOUSA, P. H. C.; SANTOS, R. M.; SANTOS, M. L. S. Índices de qualidade de água no sistema de captação de água da região amazônica (Brasil), Scientia Plena, v. 15, n. 2, p. 1-10, 2019.

SIQUEIRA, G. W.; APRILE, F. M.; RIBEIRO, A. A.; CAMELO, A. L. C; REIS, A. M. R.; SIQUEIRA, M. A. S. L.; Avaliação da qualidade ambiental das águas e dos sedimentos da bacia hidrográfica do rio Aurá (RMB) entre os anos de 2002 a 2018, In: MACHADO, F. S., MOURA, A. S. (org.). Educação, meio ambiente e território 3, Ponta Grossa (PR): Atena Editora, 2019, p. 147-163.

SOUTO, C. K. B.; TELES, A. I. L.; ANDRADE, A. A.; XAVIER, B. V. M. P.; TORRES, E. E. S. A.; DIAS, E. C.; SILVA, G. P. C.; BARROS, K. C.; SOUZA, L. P.; PRATA, L. K. F. Fatores antrópicos de poluição hídrica na bacia do tucunduba em Belém-PA. Brazilian Journal Of Development, v. 5, n. 9, p. 13824-13834, 2019.

STEVES, F. A. Fundamentos da limnologia, Rio de Janeiro: Interciência, 1998.

TANG, Q.; PENG, L.; YANG, Y.; LIN, QIUQI, L.; QIAN, S. S.; HAN, B-P., Total phosphorus-precipitation and Chlorophyll a-phosphorus relationships of lakes and reservoirs mediated by soil iron at regional scale. Water research, v. 154, p. 136-143, 2019.

TEIXEIRA, A. P.; BRITO, A. O.; SOUZA, J. P. F.; SILVA, P. F. R. S.; Diatomáceas bioindicadoras da qualidade dos ambientes aquáticos: uma revisão, Natureza Online, v. 16, n.2, p. 18-25, 2018.

THOMAS, M. K.; ARANGUREN-GASSIS, M; KREMER, C. T.; GOULD, M. R., ANDERSON, K., KLAUSMEIER, C. A.; LITCHMAN, E. Temperature-nutrient interactions exacerbate sensitivity to warming in phytoplankton, Global Change Biology, v. 23, n. 8, p. 3269-3280, 2017.

TUCCI, C. E. M. Águas urbanas. Estudos avançados, v. 22, n. 63, p. 97-112, 2008.

TUNDISI, J. G.; TUNDISI, T. M. Limnologia. São Paulo: Oficina de Textos, 2008.

VARELA, A. W. P., Avaliação temporal da qualidade da água e Índice do Estado Trófico no rio Guamá, município de Belém (PARÁ, BRASIL). Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Engenharia Ambiental e Energias Renováveis). UFRA, Belém, 2019.

VON SPERLING, M. Introdução à qualidade das águas e ao tratamento de esgotos, UFMG: Belo Horizonte, 2014.

ZHANG, Q.; FISHER, T; R; TRENTACOSTE, E. M.; BUCHANAN, C.; GUSTAFSON, A B.; KARRH, R.; MURPHY, R. R.; KEISMAN, J.; WU, C.; TIAN, R.; TESTA, J. M.; TANGO, P. J. Nutrient limitation of phytoplankton in Chesapeake Bay: Development of an empirical approach for water-quality management, Water Research, v. 188, p. 1-14, 2021

Downloads

Publicado

2022-07-29

Como Citar

Costa, G. M. M., Ribeiro, H. M. C., & Pantoja, D. N. S. M. (2022). Classificação Do Nível De Trofia De Um Trecho Do Rio Guamá, Belém - Pará. Revista Geoaraguaia, 12(1), 176–191. Recuperado de https://periodicoscientificos.ufmt.br/ojs/index.php/geo/article/view/11681

Edição

Seção

Artigos