Valoração dos serviços ecossistêmicos em uma unidade de conservação na Amazônia Brasileira

Resumo

Apesar dos ecossistemas possuírem valor ecológico, sociocultural e econômico, os serviços ecossistêmicos não possuem indicadores que expressem seus reais benefícios para o bem-estar humano, levando à ausência de incentivos a sua preservação e utilização de forma racional pelos agentes econômicos. Dessa forma, o estudo objetiva quantificar os serviços ecossistêmicos perdidos pelo desmatamento ocorrido no período de 1985 a 2017 na Reserva Biológica Nascentes da Serra do Cachimbo – RBNSC, unidade de conservação localizada no estado do Pará, a partir da análise das mudanças do uso e ocupação da UC. A metodologia baseou-se nas mudanças no uso do solo realizada pelo Projeto MapBiomas e valoração dos serviços ecossistêmicos por meio do método Benefit Transfer, utilizando coeficientes de valor de bens e serviços ecossistêmicos obtidos por de Groot et al. (2012) e Costanza et al. (2014). Observou-se uma diminuição de mais de 25 mil hectares de formação florestal e uma perda superior a US$ 130 milhões em relação aos serviços ecossistêmicos, apesar de apresentar altos e baixos durante o período de 1985 a 2017, possivelmente por conta da alteração nos padrões naturais de uso no interior dessa unidade de conservação. Logo, a pesquisa identificou a estreita relação das alterações na dinâmica do uso solo com a valoração, além de que atribuir valor aos benefícios fornecidos pela floresta apresenta-se como forma de sensibilizar a comunidade sobre a relevância dos recursos naturais e serviços intangíveis prestados pela floresta, fundamentais para a manutenção do bioma e para assegurar a qualidade de vida da população.