PLANTAS ALIMENTÍCIAS NÃO CONVENCIONAIS (PANCs) DO CERRADO
Resumo
O Cerrado, reconhecido como um dos biomas mais biodiversos do mundo, enfrenta intensa degradação devido à expansão agropecuária, colocando em risco suas espécies endêmicas. Nesse contexto, as Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANCs) emergem como alternativa sustentável, alinhando segurança alimentar, conservação ambiental e valorização cultural. Este estudo teve como objetivo realizar uma revisão sistemática sobre a diversidade, usos tradicionais, potencial econômico e desafios de conservação das PANCs no Cerrado. A metodologia baseou-se em análise de artigos científicos, livros técnicos e relatórios governamentais, utilizando bases como SciELO, Google Acadêmico e PubMed com recorte temporal de 2010 a 2024. Os resultados destacam espécies como Baru (Dipteryx alata), Buriti (Mauritia flexuosa), Pequi (Caryocar brasiliense) e Ora-pro-nóbis (Pereskia aculeata), as quais possuem alto valor nutricional e são amplamente utilizadas por comunidades tradicionais. Além disso, evidenciou-se o potencial econômico dessas plantas, com mercados em crescimento para produtos derivados, como óleos, farinhas e polpas. No entanto, desafios como desmatamento, falta de regulamentação e coleta predatória ameaçam sua sustentabilidade. As PANCs representam uma importante estratégia para desenvolvimento sustentável no Cerrado, sendo necessárias políticas públicas que incentivem seu cultivo, manejo adequado e inserção em mercados formais, garantindo a conservação desse bioma e a soberania alimentar das populações locais atrelado à geração de renda local.