“D’ONDE VEIO AOS PRETINHOS DE ANTONINA AQUELLA CRENÇA DE QUE O IMPERADOR OS TINHA LIBERTADO? ”: UMA HISTÓRIA DO BOATO NO PARANÁ ESCRAVISTA
Palavras-chave:
Boato, História do Paraná, Escravidão.Resumo
Este artigo tem como objetivo explorar o episódio do boato de rebelião escrava que ocorreria em Antonina, cidade litorânea do Paraná, no ano de 1859. Entre fontes oficiais e jornalísticas referentes ao boato propagado, buscaremos indícios e hipóteses sobre os objetivos, sentidos e usos do mesmo. Tal análise permitiu-nos adentrar numa sociedade de senhores e escravos, no qual o primeiro grupo se aproveitou de um ambiente de incertezas para a manutenção da ordem escravocrata vigente através da propagação do boato de rebelião escrava.Referências
ANDRADE, Marcos Ferreira de. Rebelião escrava na comarca do Rio das Mortes, Minas Gerais: o caso Carrancas. In: Afro-Asia. Salvador, n.21-22, 1998, p.45-82.
AZEVEDO, Célia Maria Marinho de. Onda negra, medo branco: o negro no imaginário das elites – século XIX. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987.
BLOCH, Marc. Reflexões de um historiador sobre as falsas notícias da guerra. In: História e historiadores. Textos reunidos por Étienne Bloch. Lisboa: Editorial Teorema, 1998, p.177-197.
CASTRO, Hebe Maria Mattos de. Das cores do silêncio: os significados da liberdade no sudeste escravista – Brasil, século XIX. Rio de Janeiro: Arquivo Nacional, 1995.
CHALHOUB, Sidney. Visões da liberdade: uma história das últimas décadas da escravidão na Corte. São Paulo: Companhia das Letras, 2011.
COMAR, Michelle. Imagens de ébano em altares barrocos: as irmandades leigas de negros em São Paulo (séculos XVIII-XIX). Dissertação (mestrado em História Social). São Paulo: USP, 2009.
GRAF, Márcia Elisa Campos. Imprensa periódica e escravidão no Paraná. Curitiba: Grafipar, 1981.
LE BON, Gustave. Psicologia das multidões. Lisboa: Edições Roger Debraux, 1980.
LEFEBVRE, Georges. O grande medo de 1789. Rio de Janeiro: Campus, 1979.
LIMA, Carlos Alberto Medeiros. Em certa corporação: politizando convivências em irmandades negras no Brasil escravista (1700-1850). In: História: Questões & Debates. Curitiba, n.30, 1999, p.11-38.
MAGALHÃES DE OLIVEIRA, Julio Cesar. Boatos, crises e oportunidade políticas na Antiguidade Tardia. In: Revista História. São Paulo, v.35, 2016, p.1-15.
MAMIGONIAN, Beatriz Gallotti. Africanos Livres: a abolição do tráfico de escravos no Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 2017.
MOREIRA, Paulo Staudt. Saquear a povoação, roubar as mulheres e se reunir com os castelhanos: Seduções, boatos e insurreições escravas no Rio Grande do Sul na segunda metade dos oitocentos. In: Revista de História Regional. Ponta Grossa, n.21, 2016, p.34-61.
PENA, Eduardo Spiller. O jogo da face: a astúcia escrava frente aos senhores e à lei na Curitiba provincial. Dissertação (Mestrado em História). Curitiba: UFPR, 1990.
PIROLA, Ricardo Figueiredo. Senzala Insurgente: malungos, parentes e rebeldes nas fazendas de Campinas (1832). Campinas: Editora da UNICAMP, 2011.
REGINALDO, Lucilene. Os Rosários dos Angolas: irmandades de negros e crioulos na Bahia setecentista. São Paulo: Alameda, 2011.
REIS, João José. Rebelião escrava no Brasil: a história do levante dos malês em 1835. São Paulo: Companhia das Letras, 2003.
__________; SILVA, Eduardo. Negociação e conflito: a resistência negra no Brasil escravista. São Paulo: Companhia das Letras, 1989.
__________. A morte é uma festa: ritos fúnebres e revolta popular no Brasil do século XIX. São Paulo: Companhia das Letras, 1991.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
O envio de manuscritos implica a cessão de direitos autorais e de publicação à Revista Outras Fronteiras, que não se compromete com a devolução das colaborações recebidas.