“D’ONDE VEIO AOS PRETINHOS DE ANTONINA AQUELLA CRENÇA DE QUE O IMPERADOR OS TINHA LIBERTADO? ”: UMA HISTÓRIA DO BOATO NO PARANÁ ESCRAVISTA

Autores

  • Vinícius Augusto Andrade de Assis Universidade Estadual de Londrina

Palavras-chave:

Boato, História do Paraná, Escravidão.

Resumo

Este artigo tem como objetivo explorar o episódio do boato de rebelião escrava que ocorreria em Antonina, cidade litorânea do Paraná, no ano de 1859. Entre fontes oficiais e jornalísticas referentes ao boato propagado, buscaremos indícios e hipóteses sobre os objetivos, sentidos e usos do mesmo. Tal análise permitiu-nos adentrar numa sociedade de senhores e escravos, no qual o primeiro grupo se aproveitou de um ambiente de incertezas para a manutenção da ordem escravocrata vigente através da propagação do boato de rebelião escrava.

Biografia do Autor

Vinícius Augusto Andrade de Assis, Universidade Estadual de Londrina

Possui graduação em História (2017), especialização em Patrimônio e História (2018) e atualmente realiza mestrado em História Social pela Universidade Estadual de Londrina. Participou do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID) e do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC) entre 2014 e 2016. Tem experiência na área de História do Brasil, atuando principalmente nos seguintes temas: cultura material, escravidão, sociabilidades, formação histórica do Paraná, interpretações do patrimônio cultural e museus.

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Publicado

2019-02-20

Como Citar

Assis, V. A. A. de. (2019). “D’ONDE VEIO AOS PRETINHOS DE ANTONINA AQUELLA CRENÇA DE QUE O IMPERADOR OS TINHA LIBERTADO? ”: UMA HISTÓRIA DO BOATO NO PARANÁ ESCRAVISTA. Revista Outras Fronteiras, 5(2), 97–110. Recuperado de https://periodicoscientificos.ufmt.br/outrasfronteiras/index.php/outrasfronteiras/article/view/315