Enfrentando a crise pelas margens:
Experiências de pessoas LGBTI + durante a ‘primeira onda’ da pandemia de Covid-19 no Rio de Janeiro e em São Paulo
DOI:

Resumo
Neste artigo, discutimos experiências de pessoas LGBTI+ vivendo nos estados de Rio de Janeiro e São Paulo durante a ‘primeira onda’ da pandemia de Covid-19, em 2020. Temos como fundamentação teórica estudos de desastres e respostas a crises e de gênero, sexualidade e queer. Através de entrevistas semi-estruturadas, identificamos como condições estruturais fazem com que esta população esteja especialmente exposta aos impactos da pandemia, enquanto respostas governamentais a crise ignoravam suas necessidades específicas. Sentimentos de insegurança e instabilidade em função da condução da pandemia e de discursos discriminatórios pelo governo federal exacerbaram essas vulnerabilidades. Mais ainda, percebemos desigualdades em função de raça, gênero e classe na própria comunidade LGBTI+, levando a vulnerabilidades desiguais e estratégias de enfrentamento conforme as condições específicas das pessoas entrevistadas. Os serviços especializados para população LGBTI+ sofreram severas interrupções, fazendo com que movimentos sociais e grupos organizados criassem ou intensificassem suas próprias respostas, a parte ou até apesar do Estado. Ainda que a comunidade LGBTI+ demonstre a possibilidade de resistência e organização, enfatizamos que a omissão de responsabilidade das autoridades públicas na pandemia Covid-19 teve consequências significativas. Recomendamos que as respostas às crises tenham a participação direta das pessoas LGBTI + em seu planejamento, execução e avaliação, para ajudar a facilitar estratégias de redução de risco mais inclusivas.
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