SOFRIMENTO MENTAL E SOCIAL DE TRABALHADORES DA SAÚDE EM PENITENCIARIAS PAULISTAS
DOI:
https://doi.org/10.56267/rdtps.v11i21.19051Palavras-chave:
Equipe de Saúde, Penitenciária, Transtornos Mentais, Saúde do Trabalhador, Angústia PsicológicaResumo
Objetivo: Investigar a relação entre o sofrimento mental e os fatores sociodemográficos, epidemiológicos e laborais de profissionais de saúde que trabalham em penitenciárias. Método: Estudo transversal, de abordagem quantitativa, realizado em 2022, em penitenciárias paulistas, com 40 profissionais de saúde. Foram coletados dados sociodemográficos, epidemiológicos, laborais e aplicado o instrumento Self Report Questionnaire. Para análise descritiva utilizou-se frequência relativa e absoluta, medida de tendência central média e desvio padrão seguidos pelo intervalo de confiança. Na análise inferencial foram utilizados o teste U de Mann-Whitney e Qui-Quadrado. Foi estimado o risco para o sofrimento mental, por meio do Odds Ratio. Resultados: As queixas de 25% dos participantes foram dormir mal, sentir-se nervoso, com preocupação, tristeza, dificuldades para realizar as atividades diárias com satisfação, perda de interesse pelas “coisas”, cansaço e sensações desagradáveis no estômago. As variáveis doença crônica, hipo/hipertireoidismo, renda e idade apresentaram relação com o sofrimento mental dos profissionais (p<0,05). Conclusão: Há indícios de sofrimento mental em uma parcela significativa dos trabalhadores, o que demonstra a necessidade de melhores cuidados a saúde dos profissionais de saúde que atuam nas penitenciarias.
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