A JUSTIÇA KANTIANA E A DIGNIDADE DO TRABALHADOR NA MODERNIDADE LÍQUIDA

Autores

Palavras-chave:

Mercantilização do trabalho, Justiça em Kant, Modernidade líquida.

Resumo

O objetivo deste artigo é analisar a possibilidade de efetividade da teoria da justiça de Kant ao trabalhador contemporâneo. Para tanto, estuda-se a perspectiva da conciliação de aspectos como o respeito ao princípio da dignidade humana ao esfacelamento de convenções sociais, fomentadas pelo avanço da modernidade líquida, fenômeno estudado por Zygmunt Bauman. É importante compreender de que maneira as transformações sociais trazidas pela contemporaneidade afetaram o papel social do trabalhador e seus direitos, visto que se tornou nítido de que modo este é desumanizado pelo processo produtivo da “sociedade de consumidores”, escusado do título de protagonista no processo produtivo e renegado à uma “mercantilização”, de maneira a não ser mais considerado, socialmente, um ser humano dotado de direitos, garantias e aspirações, para ser examinado enquanto mercadoria valorável.

 

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Publicado

2016-07-01

Como Citar

VIANA, F. M. de A. A JUSTIÇA KANTIANA E A DIGNIDADE DO TRABALHADOR NA MODERNIDADE LÍQUIDA. REVISTA DIREITOS, TRABALHO E POLÍTICA SOCIAL, [S. l.], v. 2, n. 3, p. 264–281, 2016. Disponível em: https://periodicoscientificos.ufmt.br/ojs/index.php/rdtps/article/view/8777. Acesso em: 20 abr. 2024.