IMIGRAÇÃO, POLÍTICAS IMIGRATÓRIAS E DESENVOLVIMENTO: uma nova visão é necessária
Palavras-chave:
Políticas Imigratórias Internacionais. Violência. Desenvolvimento.Resumo
São muitos os que advogam sobre o impacto da imigração a partir de posições nacionais hostis que não permitem uma análise real de suas causas e impactos. Neste artigo, propomo-nos a abordar, analiticamente, algumas estatísticas e manifestações de governantes, intelectuais e organismos multilaterais que, de um lado, posicionam-se favoráveis à livre circulação de mercadorias e capital ou mesmo à livre circulação de elites, qualquer classe de elite, mas principalmente das elites ocidentais; e, de outro, condenam ou restringem a circulação de pessoas que se movimentam em direção a outros países movidas pelo desejo de acessar novas oportunidades de trabalho, de moradia e de vida, e que de forma paradoxal, injusta e violenta são desrespeitadas nos chamados Estados Democráticos de Direito, sem acesso a cidadania e vilipendiadas em sua dignidade humana. Com o propósito de evidenciar o tratamento desumano e degradante dispensado aos imigrantes pelas nações economicamente desenvolvidas, destacamos as posições de alguns dos principais países receptores de imigração e os impactos das políticas adotadas para os imigrantes, de forma a contribuir com a premissa de que é hora de uma nova visão sobre imigração porque o tema não diz respeito apenas a “eles, os imigrantes” e sim a todos nós; diz respeito à causas e consequências que nos afetam a todos e ao tipo de sociedade na qual queremos viver e construir; diz respeito também às consequências inevitáveis de um mundo globalizado em termos de mercados e finanças, porém dividido entre pobres e ricos; aos aspectos positivos da imigração, que ficam obscurecidos por ameaças terroristas, radicalismos, preconceitos, racismos, xenofobias, interesses unilaterais, e, acima de tudo, aos temores e medos cotidianos contra os quais, a única resposta apresentada como possível e exigida pela sociedade tem sido a segurança, o controle e a exceção, através de políticas restritivas, medidas policiais, controles de fronteiras e a construção de muros.
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