SUBNOTIFICAÇÃO DE VIOLÊNCIA EM MULHERES INDÍGENAS EM MATO GROSSO DO SUL, 2009-2021

Autores

DOI:

https://doi.org/10.56267/rdtps.v11i21.18078


Palavras-chave:

Indígenas, Violência, Saúde da população indígena, Análise espacial

Resumo

Este trabalho foi realizado por estudo ecológico baseado em dados secundários, com análises no tempo e no espaço. Foram adquiridos registros de casos de agressão junto ao Ministério da Saúde, filtrados pelo sexo feminino e por cor/raça indígena, organizados por município de residência no estado de Mato Grosso do Sul e por ano de notificação. Foram gerados mapas temáticos a partir das taxas médias de agressões e por aglomerados espaço-temporais baseados em Riscos Relativos. Municípios pertencentes à área do DSEI apresentaram maiores taxas e maiores Riscos Relativos, o que leva à hipótese de subnotificação de casos nos outros municípios. Por isso, sugerem-se ampliação de serviços de saúde específicos para a população indígena, na medida em que o tema se relaciona à questão dos direitos humanos. Adicionalmente, este trabalho fornece insumos para definição de áreas prioritárias para prevenção de tais ocorrências.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Biografia do Autor

  • Mário Ribeiro Alves, Universidade Federal de Mato Grosso

    Estagiário de Pós-Doutoramento na Faculdade de Enfermagem da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Pós-Doutorado em Saúde Coletiva pela Universidade Federal de Mato Grosso. Doutorado em Epidemiologia em Saúde Pública pela Fundação Oswaldo Cruz. Graduado em Geografia pela Universidade Federal Fluminense.

Referências

BARUZZI, Roberto Geraldo; BARROS, Vera Lucia; RODRIGUES, Douglas; SOUZA, Ana Lucia Medeiros; PAGLIARO, Heloisa. 2001. “Saúde e doença em índios Panará (Kreen-Akarôre) após vinte e cinco anos de contato com o nosso mundo, com ênfase na ocorrência de tuberculose (Brasil Central)”. Cadernos de Saúde Pública, v. 17, n. 2, p. 407-412.

BRASIL. Ministério da Saúde. Fundação Nacional de Saúde (FUNASA). 2002. Política nacional de atenção à saúde dos povos indígenas - 2ª edição. Brasília.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN). Disponível em: http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/deftohtm.exe?sinannet/cnv/violemg.def. Acessado em 25/11/2021. 2022a.

BOING, Antonio Fernando; MATOS, Izabella Barison; ARRUDA, Marina Patrício; OLIVEIRA, Maria Conceição; NJAINE, Kathie. 2010. “Prevalência de consultas médicas e fatores associados: um estudo de base populacional no Sul do Brasil”. Revista da Associação Médica Brasileira, v. 56, n. 1, p. 41-46.

CAPILHEIRA, Marcelo F.; SANTOS, Iná da Silva. 2006. “Fatores individuais associados à utilização de consultas médicas por adultos”. Revista de Saúde Pública, v. 40, n. 3, p. 436-443.

CARVALHO, Erika Fernanda Marins; LAGUARDIA, Josué; DESLANDES, Suely Ferreira. 2022. “Sistemas de Informação sobre violência contra as mulheres: uma revisão integrativa”. Ciência & Saúde Coletiva. Vol. 27, nº 4, p. 1273-1287.

CHAGAS, Elisângela Rodrigues; OLIVEIRA, Fernando Virgílio Albuquerque; MACENA, Raimunda Hermelinda Maia. 2022. “Mortalidade por violência contra mulheres antes e durante a pandemia de Covid-19”. Ceará, 2014 a 2020. Saúde em Debate, Vol. 46, nº 132, p. 63-75.

CHERON, Cibele; SEVERO, Elena Erling. 2010. “Apanhar ou passar fome? A difícil relação entre dependência financeira e violência em Porto Alegre, RS”. Anais do Seminário Fazendo Gênero 9 – Diásporas, Diversidades, Deslocamentos, p. 1-10. UFSC, Florianópolis, 23 a 26 de agosto de 2010.

FAÇANHA, Mônica Cardoso; PINHEIRO, Alicemaria Ciarlini; LIMA, José Rubens Costa; FERREIRA, Maria Lucy Landim Tavares; TEIXEIRA, Gisele Façanha Diógenes; ROUQUAYROL, Maria Zélia. 2006. “Hanseníase: subnotificação de casos em Fortaleza – Ceará, Brasil”. Anais Brasileiros de Dermatologia, Vol. 81, nº 4, p. 329-336.

FIORINI, Vanessa Russi; BOECKEL Mariana Gonçalves. 2021. “Violência interpessoal e suas repercussões na saúde em um hospital de pronto-socorro”. Psico-USF, Vol. 26, nº 1, p. 129-140.

FUNAI. Fundação Nacional do Índio. Sedes dos Distritos Sanitários Especiais Indígenas. 2021a. Acessado em 25/11/2022. Disponível em: http://geoserver.funai.gov.br:80/geoserver/Funai/ows?service=WFS&version=1.0.0&request=GetFeature&typeName=Funai:sede_dsei&outputFormat=SHAPE-ZIP.

FUNAI. Fundação Nacional do Índio. Áreas dos Distritos Sanitários Especiais Indígenas. 2021b. Acessado em 25/11/2022. Disponível em: http://geoserver.funai.gov.br:80/geoserver/Funai/ows?service=WFS&version=1.0.0&request=GetFeature&typeName=Funai:areas_dsei&outputFormat=SHAPE-ZIP.

GOMES, Nadirlene Pereira et al. 2022. “Permanência de mulheres em relacionamentos violentos: desvendando o cotidiano conjugal”. Cogitare Enfermagem. Vol. 27, e78904, p. 1-10.

GUIMARÃES, Liliana A. M.; GRUBITS, Sonia. 2007. “Alcoolismo e violência em etnias indígenas: uma visão crítica da situação brasileira”. Psicologia & Sociedade. Vol. 19, nº 1, p. 45-51.

HÖKERBERG, Yara Hahr Marques; DUCHIADE, Milena Piraccini; BARCELLOS, Christovam. 2001. “Organização e qualidade da assistência à saúde dos índios Kaingáng do Rio Grande do Sul, Brasil”. Cadernos de Saúde Pública, Vol. 17, nº 2, p. 261-272.

HORTA, Bernardo L.; SANTOS, Ricardo Ventura; WELCH, James R.; CARDOSO, Andrey M.; SANTOS, Janaína Vieira; ASSIS, Ana Marlúcia Oliveira; LIRA, Pedro C.; COIMBRA JR, Carlos Everaldo Alvares. 2013. “Nutritional status of indigenous children: findings from the First National Survey of Indigenous People’s Health and Nutrition in Brazil”. International Journal for Equity in Health, Vol. 12, nº 23.

IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. 2012a. Censo Brasileiro de 2010. Rio de Janeiro: IBGE.

IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. 2012b. Os indígenas no Censo Demográfico 2010: primeiras considerações com base no quesito cor ou raça. Censo 2010. Rio de Janeiro: IBGE.

KIND, Luciana; ORSINI, Maria de Lourdes Pereira; NEPOMUCENO, Valdênia; GONÇALVES, Letícia; SOUZA, Gislaine Alves; FERREIRA, Monique Fernanda Félix. 2013. “Subnotificação e (in)visibilidade da violência contra mulheres na atenção primária à saúde”. Cadernos de Saúde Pública. Vol. 29, nº 9, p. 1805-1815.

LIMA-COSTA, Maria Fernanda; BARRETO, Sandhi Maria. 2003. “Tipos de estudos epidemiológicos: conceitos básicos e aplicações na área do envelhecimento”. Epidemiologia e Serviços de Saúde, Vol. 12, nº 4, p. 189-201.

MASCARENHAS, Márcio Dênis Medeiros et al. 2020. “Análise das notificações de violência por parceiro íntimo contra mulheres, Brasil, 2011-2017”. Revista Brasileira de Epidemiologia. Vol. 23, E200007, Supl. 1, p. 1-13.

MELO, Tatiana Eustáquia Magalhães de Pinho; RESENDES, Ana Paula da Costa; SOUZA-SANTOS, Reinaldo; BASTA Paulo Cesar. 2012. “Distribuição espacial e temporal da tuberculose em indígenas e não indígenas de Rondônia, Amazônia Ocidental, Brasil”. Cadernos de Saúde Pública, Vol. 28, nº 2, p. 267-280.

MINAYO, Maria Cecília de S. 1994. “A violência social sob a perspectiva da saúde pública”. Cadernos de Saúde Pública. Vol. 10, Supl. 1, p. 7-18.

MOREIRA, Gustavo Carvalho et al. 2016. “Programa Bolsa Família e violência doméstica contra a mulher no Brasil”. Estudos Econômicos. Vol. 46, nº 4, p. 973-1002.

REHEM, Tania Cristina Morais Santa Barbara; OLIVEIRA, Maria Regina Fernandes; AMARAL, Tereza Cristina Lins; CIOSAK, Suely Itsuko; EGRY, Emiko Yoshikawa. 2013. “Internações por condições sensíveis à atenção primária em uma metrópole brasileira”. Revista da Escola de Enfermagem da USP, Vol. 47, nº 4, p. 884-890.

SCHRAIBER, Lilia Blima; BARROS, Cláudia Renata dos Santos; CASTILHO, Euclides Ayres. 2010. “Violência contra as mulheres por parceiros íntimos: usos de serviços de saúde”. Revista Brasileira de Epidemiologia. Vol. 13, nº 2, p. 237-245.

SOUSA, Maria Helena et al. 2015. “Preenchimento da notificação compulsória em serviços de saúde que atendem mulheres que sofrem violência sexual”. Revista Brasileira de Epidemiologia. Vol. 18, nº 1, p. 94-107.

TEOFILO, Marcella Martins Alves et al. 2019. “Violência contra mulheres em Niterói, Rio de Janeiro: informações do Sistema de Vigilância de Violências e Acidentes (2010-2014”. Cadernos Saúde Coletiva. Vol. 27, nº 4, p. 437-447.

VIANA, Aline Lopes et al. 2018. “Violência contra a mulher”. Revista de Enfermagem da UFPE on line. Vol. 12, nº 4, p. 923-929.

Downloads

Publicado

2025-08-01

Edição

v. 11 n. 21 (2025): Revista Direitos, Trabalho e Política Social

Seção

Artigos

Como Citar

SUBNOTIFICAÇÃO DE VIOLÊNCIA EM MULHERES INDÍGENAS EM MATO GROSSO DO SUL, 2009-2021. REVISTA DIREITOS, TRABALHO E POLÍTICA SOCIAL, [S. l.], v. 11, n. 21, p. 1–19, 2025. DOI: 10.56267/rdtps.v11i21.18078. Disponível em: https://periodicoscientificos.ufmt.br/ojs/index.php/rdtps/article/view/18078. Acesso em: 5 dez. 2025.

Licença

Copyright (c) 2025 REVISTA DIREITOS, TRABALHO E POLÍTICA SOCIAL

Creative Commons License
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.

1. O CEDENTE declara que é (são) autor(es) e titular(es) da propriedade dos direitos autorais da OBRA submetida.

2. O CEDENTE declara que a OBRA não infringe direitos autorais e/ou outros direitos de propriedade de terceiros, que a divulgação de imagens (caso as mesmas existam) foi autorizada e que assume integral responsabilidade moral e/ou patrimonial, pelo seu conteúdo, perante terceiros.

3. O CEDENTE cede e transfere todos os direitos autorais relativos à OBRA à CESSIONÁRIA, especialmente os direitos de edição, de publicação, de tradução para outro idioma e de reprodução por qualquer processo ou técnica. A CESSIONÁRIA passa a ser proprietária exclusiva dos direitos referentes à OBRA, sendo vedada qualquer reprodução, total ou parcial, em qualquer outro meio de divulgação, impresso ou eletrônico, sem que haja prévia autorização escrita por parte da CESSIONÁRIA.

4. A cessão é gratuita e, portanto, não haverá qualquer tipo de remuneração pela utilização da OBRA pela CESSIONÁRIA.