DEVIDA DILIGÊNCIA NO COMBATE AO TRABALHO ESCRAVO CONTEMPORÂNEO

O CASO DAS VINÍCOLAS GAÚCHAS

Autores

DOI:

https://doi.org/10.56267/rdtps.v11i20.17598


Palavras-chave:

Trabalho escravo contemporâneo, Devida diligência em direitos humanos, Cadeia produtiva

Resumo

A presente pesquisa toma como ponto de partida o caso de escravização de trabalhadores na cadeia produtiva do vinho em Bento Gonçalves/RS a fim de demonstrar como o processo de governança empresarial, denominado devida diligência em direitos humanos, pode atuar no combate ao trabalho escravo contemporâneo no contexto brasileiro. Ao evidenciar as limitações da atual configuração das políticas públicas de erradicação do trabalho escravo contemporâneo no Brasil, especialmente diante do processo de fragmentação empresarial, o estudo conclui que o estabelecimento de uma normativa cogente voltada para a o dever de prevenção, respeito e promoção dos direitos humanos por empresas, é medida apta a contribuir com a erradicação do trabalho escravo contemporâneo no Brasil.

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Biografia do Autor

  • Lécia Nidia Ferreira Taques, Universidade Federal de Mato Grosso - UFMT

    Mestre e graduada em Direito pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). Advogada. Membro do Grupo de Pesquisa “O meio ambiente do trabalho equilibrado como componente do trabalho decente” (GPMAT/PPGD/UFMT).

  • Carla Reita Faria Leal, Universidade Federal de Mato Grosso - UFMT

    Estágio Pós-doutoral pela Universidade de Nottingham (UK). Doutora e Mestra em Direito das Relações Sociais pela PUC/SP. Professora Associada nos cursos de graduação e mestrado em Direito da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). Coordenadora de Área do Projeto Ação Integrada (PAI/MT). Líder do grupo de pesquisa “O meio ambiente do trabalho equilibrado como componente do trabalho decente” GPMAT/UFMT.

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Publicado

2025-03-26

Como Citar

DEVIDA DILIGÊNCIA NO COMBATE AO TRABALHO ESCRAVO CONTEMPORÂNEO: O CASO DAS VINÍCOLAS GAÚCHAS. REVISTA DIREITOS, TRABALHO E POLÍTICA SOCIAL, [S. l.], v. 11, n. 20, p. 1–26, 2025. DOI: 10.56267/rdtps.v11i20.17598. Disponível em: https://periodicoscientificos.ufmt.br/ojs/index.php/rdtps/article/view/17598. Acesso em: 30 mar. 2025.