ATITUDES LINGUÍSTICAS DO PORTUGUÊS BRASILEIRO EM CONTATO COM O HUNSRÜCKISCH

Autores

  • Claudia Camila Lara ccamilalara@gmail.com
    Pós-doutoranda do Programa Nacional de Pós-Doutorado da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – CAPES, do Programa de Pós-Graduação em Estudos Linguísticos (PPGEL-UFFS), bolsista PNPD-CAPES. Professora substituta da Universidade Federal da Fronteira Sul, campus Chapecó.

Palavras-chave:

Desvozeamento das plosivas, Português brasileiro-Hunsrückisch, Atitudes linguísticas

Resumo

A condição social do fenômeno linguístico do desvozeamento das plosivas é estereotipado como marca linguística característica do português brasileiro em contato com o Hunsrückisch, língua de imigração alemã. Para tanto, verificamos padrões de variação no processo de desvozeamento das plosivas bilabial, alveolar e velar da fala, em português brasileiro, e mensuramos quais as atitudes linguísticas de falantes em relação ao português brasileiro local, português de contato com o Hunsrückisch. Os resultados do estudo sociolinguístico variacionista (LABOV, 2008 [1972], LABOV, 2010) evidenciaram a baixa proporção de desvozeamento, 2,6%. Com a análise de regra variável, conforme o tratamento sociolinguístico quantitativo, captamos o padrão de variação que apresenta a realização variável das plosivas desvozeadas em lugar das vozeadas. O estudo de atitudes linguísticas (TRIANDIS, 1974; FASOLD, 1996; KAUFMANN, 1997; 2011; GILES e BILLINGS, 2004; GARRET, 2005; VANDERMEEREN, 2005) investigou o comportamento linguístico dos falantes e as atitudes linguísticas foram analisadas para verificar o status das variantes desvozeadas, da prática do Hunsrückisch e do português brasileiro local na comunidade em estudo. Portanto, concluímos que o estudo de variação e atitudes linguísticas dos falantes em relação ao português brasileiro local de contato com o Hunsrückisch está no lento declínio das práticas bilíngues e desaparecimento das marcas de contato linguístico.

Biografia do Autor

Claudia Camila Lara, Pós-doutoranda do Programa Nacional de Pós-Doutorado da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – CAPES, do Programa de Pós-Graduação em Estudos Linguísticos (PPGEL-UFFS), bolsista PNPD-CAPES. Professora substituta da Universidade Federal da Fronteira Sul, campus Chapecó.

Pós-Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Estudos Linguísticos (PPGEL), da Universidade Federal da Fronteira Sul, campus Chapecó, bolsista PNPD - CAPES. Doutora e Mestra em Letras/Estudos da Linguagem/Teoria e Análise Linguística pelo Programa de Pós-Graduação em Letras da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Especialista em Linguística e Ensino da Língua Portuguesa e licenciada em Letras Português/Inglês e respectivas Literaturas pela Universidade Federal do Rio Grande-FURG.

Áreas de atuação: fonética, fonologia, sociolinguística/dialetologia, línguas em contato.

Referências

ALMEIDA, M.J.A. de. Etudes sur les attitudes linguistiques au Brésil. Tese de Doutorado, Univ. de Montreal, 1979. (Inédita)

ALTENHOFEN, C.V. Hunsrückisch in Rio Grande do Sul: Ein Beitrag zur Beschreibung einer deutschbrasilianischen Dialektvarietät im Kontakt mit dem Portugiesischen. Stuttgart: Franz Steiner Verlag, 1996.

ALTENHOFEN, C. V.; MARGOTTI, F. W. O português de contato e o contato com as línguas de imigração no Brasil. In: MELLO, H.; ALTENHOFEN, C. V.; RASO, T. (Orgs.). Os contatos linguísticos no Brasil. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2011.

ALVES, M.I.P.M. Atitudes Linguísticas de Nordestinos em São Paulo. (Abordagem Prévia) Dissertação de Mestrado, UNICAMP, 1979. (Inédita)

CARDOSO, D.P. Atitudes Linguísticas e Avaliações Subjetivas de Alguns Dialetos Brasileiros. São Paulo: Blucher, 2015. Disponível em: <http://openaccess.blucher.com.br/article-list/atitudes-linguisticas-281/list#articles>. Acesso em: 12 mar. 2016.

CRYSTAL, D. Dicionário de linguística e fonética. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2000.

FASOLD, R. La sociolingüística de la sociedad. Madrid: Visor Libros, 1996.

GARRETT, P. Attitude Measurements. In: AMMON, U.; DITTMAR, N.; MATTHEIER, K.J.; TRUDGILL, P. (eds.). Sociolinguistics: An International Handbook of the Science of Language and Society – Volume 2. Berlin/New York: de Gruyter. 2005. p. 1251-1260.

GEWEHR-BORELLA, S. “Tu dampém fala assim?”: macroanálises pluridimensionais da variação de sonorização e dessonorização das oclusivas do português de falantes bilíngues hunsriqueano-português. 2014. 153f. Tese (Doutorado em Letras) – Programa de Pós-Graduação em Letras. Porto Alegre. Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2014.

GILES, H.; BILLINGS, A.C. Assessing language attitudes: speaker evaluation studies. In: DAVIES, A.; ELDER, C. (Eds.). The handbook of applied linguistics. Malden, MA: Blackwell, 2004.

KAUFMANN, G. Atitudes na sociolinguística. In: MELLO, H.; ALTENHOFEN, C.V.; RASO, T. (Orgs.). Os contatos linguísticos no Brasil. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2011. p. 121 - 137.

LABOV, W. Padrões sociolinguísticos. São Paulo: Parábola, 2008 [1972]. Tradução de Marcos Bagno.

_________. Principles of linguistic change: cognitive and cultural factors. Malden/Oxford: Wiley-Blackwell, 2010.

LARA, C.C. Variação fonético-fonológica e atitudes linguísticas: o desvozeamento das plosivas no português brasileiro em contato com o Hunsrückisch no Rio Grande do Sul, Brasil. 2017. 155f. Tese (Doutorado em Letras) – Programa de Pós-Graduação em Letras. Porto Alegre. Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2017.

MACKEY, W. F. Bilingualism and multilingualism/Bilingualismus und Multilingualismus. In: AMMON, Ulrich; DITTMAR, Norbert; MATTHEIER, Klaus J.; Trudgill (Hrsg). Sociolinguistics: an international handbook of the science of language and society = Soziolinguistik. 2. ed. Berlin; New York, de Gruyter, 2005. p. 1714-1726. (HSK; v. 3.2) p. 1483 - 1495.

SANTOS, E. A transmissão ao educando de crenças e atitudes linguísticas escolares. Tese de Doutorado. UFRJ, 1980. (inédita)

THUN, H. La geolingüística como lingüística variacional general (con ejemplos del Atlas lingüístico Diatópico y Diastrático del Uruguay). In: INTERNATIONAL CONGRESS OF ROMANCE LINGUISTICS AND PHILOLOGY (21: 1995: Palermo). Atti del XXI Congresso Internazionale di Linguistica e Filologia Romanza. Org. Giovanni Ruffino. Tübingen: Niemeyer, v. 5, p. 701-729, incluindo resumo dos tópicos principais da seção 5, 1998. p. 787-789.

TRIANDIS, H.C. Actitudes y cambios de actitudes. Barcelona: Ediciones Toray, S.A., 1974.

VANDERMEEREN, S. Research on Language Attitudes. In: AMMON, U.; DITTMAR, N.; MATTHEIER, K.J.; TRUDGILL, P. (eds.). Sociolinguistics: an international handbook of the science of language and society – Volume 2. Berlin/New York: de Gruyter, 2005. p. 1318-1332.

WEINREICH, U. Languages in contact: findings and problems. 7. ed. The Hague, Mouton, 1970.

Downloads

Publicado

2019-03-27

Como Citar

LARA, C. C. ATITUDES LINGUÍSTICAS DO PORTUGUÊS BRASILEIRO EM CONTATO COM O HUNSRÜCKISCH. Polifonia, [S. l.], v. 26, n. 41, p. 46–60, 2019. Disponível em: https://periodicoscientificos.ufmt.br/ojs/index.php/polifonia/article/view/7334. Acesso em: 25 abr. 2024.