O CORPO SIGNIFICA, RESISTE E EXISTE NA LINGUAGEM DA DANÇA
Resumo
Neste trabalho, objetivamos fazer um estudo sobre os conceitos que circulam no imaginário em dimensão do real e da memória sobre o corpo de bailarinas. Entendemos que essa discussão pode ser importante para desestabilizar conceitos pré-estabelecidos sobre padrões corporais da dança e também fora dela, na sociedade, levando em consideração que, historicamente, o corpo é alvo de determinações estéticas que variam de acordo com a época, a cultura, as condições de produção. O corpus da pesquisa é constituído de enunciados de três bailarinas a respeito da superação a esse padrão, pois cada uma no seu corpo/linguagem marca uma diferença e resiste. Para a análise, tomamos como base teórica a Análise de Discurso de linha francesa de Michel Pêcheux, renovada e ampliada no Brasil, por Eni Orlandi e Colaboradores. Observamos como são construídos os discursos acerca do corpo dançante e até que ponto se torna aceitável/inaceitável os deslocamentos de sentido, pelo processo de resistência. Por fim, identificamos algumas regularidades enunciativas, por efeito do funcionamento ideológico que é materializado no discurso sobre/das bailarinas que compõem a materialidade linguística e significante (o próprio corpo) analisada.