O TREM, A MORTE E O MENINO: O IMAGINÁRIO TRÁGICO DA MODERNIDADE NO SÉCULO XIX, SEGUNDO TAUNAY
Resumo
Neste artigo investigamos como o conto “Pobre Menino!”, do Visconde de Taunay (1901), problematiza as tensões do processo constitutivo da modernidade no Brasil do século XIX. Para tanto, dialogamos com reflexões da crítica literária e da história, com o objetivo de mostrar como a narrativa encena a intersecção entre a dimensão trágica da morte e as vicissitudes dos tempos modernos no Brasil. Entendemos que o narrador, ao projetar figuras de fantasmagoria sobre a situação trágica vivida pelo pobre menino Alberto, traz à baila a descrença quanto ao ideal modernizador num país de estabilidade precária. Desta forma, a inevitabilidade da morte do menino Alberto antecipa, simbolicamente, os entraves da modernidade num país periférico e atrasado, mas que desejava entrar no compasso dos grandes centros urbanos europeus.
PALAVRAS-CHAVE: trágico e modernidade, Taunay, conto