A trágica construção do desconhecido

reflexões suscitadas pelo conto “o amigo dos desconhecidos” de José de Mesquita

Autores

  • Vagner Vainer Teixeira Braz vagnert11@gmail.com
    Universidade do Estado de Mato Grosso - UNEMAT e Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Linguística - PPGL/UNEMAT.
  • Dante Gatto gattod@gmail.com
    UNEMAT http://lattes.cnpq.br/7480029138246440

DOI:

https://doi.org/10.59917/p0re7p72


Palavras-chave:

trágico, sagrado, profano.

Resumo

Este artigo, tendo por objeto o conto de José de Mesquita “O amigo dos desconhecidos”, reflete o nascimento do herói a partir do mito e a problemática posterior; o desempenho do narrador e a autonomia da personagem; como o trágico nasceu da religião e se efetiva na solidão; a permanência dos valores míticos das sociedades arcaicas que ainda sobrevivem no comportamento a-religioso do homem moderno; a diferença da religião dos gregos e o cristianismo e, por fim, conclui-se ser mais fácil e explicável amar o desconhecido, que suscita, por força dos arquétipos, um tempo de unidade em que se estava mais confortável no mundo, que a religião implica retorno, do que amar o conhecido cuja relação está atravessada pelo racionalismo, que nos nega, que se inseriu nas relações por necessidade da convivência. O suporte teórico fundamental está na filosofia de Nietzsche, da nossa dualidade entre Dioniso e Apolo. A religião dionisíaca vai se adequar a nossa pós-modernidade que superou a perspectiva de futuro apontada pela modernidade e se sustenta em um presente eterno como argumenta Maffesoli em O instante eterno: o retorno do trágico nas sociedades pós-modernas.

Biografia do Autor

  • Vagner Vainer Teixeira Braz, Universidade do Estado de Mato Grosso - UNEMAT e Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Linguística - PPGL/UNEMAT.
    Vagner Vainer Teixeira Braz nasceu brasileiro - e Poeta - em julho de 1992, no município de Pontes e Lacerda, Mato Grosso, Brasil. É Letrólogo (habilitação em Língua Portuguesa, Língua Inglesa e Respectivas Literaturas) pela Universidade do Estado de Mato Grosso Carlos Alberto Reyes Maldonado (UNEMAT) e pós-graduado em Educação de Jovens e Adultos para a Juventude pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). Acadêmico de Mestrado pelo Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Linguística (Linha de Pesquisa: Estudo de Processos Discursivos) da Universidade do Estado de Mato Grosso Carlos Alberto Reyes Maldonado (UNEMAT). Tem experiência na área de Linguística, Letras e Artes, com ênfase em Análise de Discurso e Literatura, atuando principalmente nos seguintes temas: a Tragédia, o Trágico, Poesia Livre, Leitura, Discurso, Autoria, Morte, Coletividade e Subjetividade. Participou de concursos de poesias e antologias nacionais e internacionais, tendo seu trabalho consagrado na Europa.
  • Dante Gatto, UNEMAT

    possui graduação em Letras pela Universidade do Oeste Paulista, UNOESTE (1994), mestrado em Letras pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, UNESP, Assis (1999), doutorado em Letras (2004) pela mesma Universidade e pós-doutorado pela USP (2010). Atualmente é professor adjunto da Universidade do Estado de Mato Grosso, UNEMAT, campus de Tangará da Serra. Tem experiência na área de Letras, com ênfase em Literatura Brasileira e tragédia na modernidade e contemporaneidade. Atuou, até 2004, com aspectos da tragédia (Nietzsche) na ficção de Mário de Andrade, voltando-se posteriormente à literatura brasileira mato-grossense e reflexões em torno das perspectivas para o estudo da literatura na pós-modernidade e a questão do cânone literário. Pertenceu ao grupo de pesquisa ESTUDOS DE LITERATURA: PERIFERIA E CÂNONE de 2006 até 2011, quando priorizou os estudos do trágico na modernidade e contemporaneidade e criou o grupo de pesquisa TRANCO - o trágico na contemponaneidade. O grupo mantem publicação semanal no períodico de notícias Trubuna de Tangará (2357.7541).

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Publicado

2025-03-31

Como Citar

A trágica construção do desconhecido: reflexões suscitadas pelo conto “o amigo dos desconhecidos” de José de Mesquita. Polifonia, [S. l.], v. 31, n. 58, p. 147–161, 2025. DOI: 10.59917/p0re7p72. Disponível em: https://periodicoscientificos.ufmt.br/ojs/index.php/polifonia/article/view/11140. Acesso em: 11 abr. 2025.