Geografia silenciosa: desafios e potencialidades no ensino e aprendizagem de Geografia em escolas bilíngues para surdos
Palabras clave:
Libras 1; Geografia para surdos 2; metodologia ativa; 3 sala de aula invertida.Resumen
Este artigo objetiva discutir os desafios enfrentados por professores de geografia bilíngues em língua brasileira de sinais (LIBRAS), observando questões influenciadas pela história da comunidade surda, que por séculos sofreu a discriminação e a proibição do uso da língua de sinais (LS) nos espaços institucionais. Os autores identificaram algumas problemáticas que envolvem o trabalho docente, com destaque para a falta de proficiência em Libras dos profissionais da educação; o pouco acesso a formação continuada e a falta de sinalização para os conceitos e dinâmicas geográficas abordados em sala de aula. É justamente na falta de sinalização que articula-se o início do debate sobre as potencialidades do ensino geográfico para surdos. A partir do relato de uma atividade realizada junto aos estudantes do 3º ano do ensino médio do Colégio Estadual do Instituto Londrinense de Educação de Surdos, na disciplina de Geopolítica (Geografia 1), demonstra-se que, apesar do desafio de abordar um conceito que não apresenta sinal na LS, no caso o território, a contextualização visual-espacial permite um aprofundamento, tornando o conhecimento mais crítico e autônomo. Para além disso, faz-se uma correlação entre a modalidade linguística da Libras, visual-espacial, e o objeto de estudo da Geografia, o espaço geográfico, apresentando como a forma de habitar o mundo pelos surdos torna-se uma importante aliada na leitura e interpretação da paisagem e dos lugares, o que permite a apropriação dos conceitos geográficos, fazendo desta relação, língua e ciência, uma forma de interação ímpar na educação de surdos. Conclui-se que é notório os desafios enfrentados em busca de um ensino bilíngue de qualidade, porém, ao mesmo tempo as possibilidades fornecidas pelo povo surdo, sua cultura e construção de mundo são infinitas, configurando-se em um educar geográfico sensorial, focado na experiência de um espaço vivido e construído pelos surdos.
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