USO DE ESPECIES PRODUTORAS DE TANINOS PARA CURTIMENTO DE PELES NO NORDESTE DO BRASIL
Resumo
Este trabalho sintetiza informações sobre sistemas de curtimento de peles no Nordeste do Brasil, identificando origem dos tanantes empregados e formas de usos da vegetação nativa da caatinga para essa finalidade. Dados secundários foram obtidos da literatura especializada e informações de campo originaram-se de observações e entrevistas em curtumes tradicionais e empresariais em Pernambuco e Bahia. A produção dos tanantes vegetais dá-se em dois ambientes distintos: o da silvicultura moderna e tecnificada, representada por empresas do sul do Brasil, fornecedoras de taninos industrializados, e o do extrativismo local, de baixa tecnologia, descapitalizado e com baixa produtividade. Diferentes espécies conhecidas popularmente como angicos e juremas são apontadas com produtoras de taninos mas esse produto é apenas empregado no curtimento tradicional, não raro associado ao corte clandestino de madeira. Curtumes empresariais utilizam principalmente cromo para curtimento, enquanto o produto de origem vegetal industrializado é empregado no recurtimento. Não se encontraram parâmetros técnicos e econômicos que possibilitem a regulamentação da exploração e o fomento da produção sustentável do tanino como produto não madeireiro da Caatinga.