FATORES FAVORÁVEIS E DESFAVORÁVEIS À OCORRÊNCIA DE BARATAS (BLATTODEA) NO AMBIENTE HOSPITALAR-CÁCERES, MATO GROSSO, BRASIL

Autores

  • Fabiana Aparecida Caldart Rodrigues facaldar@gmail.com
  • Arno Rieder rieder@gmail.com
  • Marcio da Cruz Leite email.nao.informado@email.nao.informado

Resumo

As baratas são veiculadoras de microrganismos. O objetivo desse estudo foi revelar fatores favoráveis e desfavoráveis à ocorrência de baratas em Unidades de Saúde (US) de Cáceres, Mato Grosso, Brasil. O estudo foi dividido em 3 fases: fase 1 (f1): entrevistas aplicadas de julho a outubro de 2006, no entorno de 5 US.  Na fase 2 (f2) os ambientes em estudo foram 2 US A e B, de setembro a dezembro de 2006, nas delimitações da cozinha. Na fase 3 (f3) foram utilizadas armadilhas com isca (pão, cerveja e sardinha) em recipientes com vaselina nas bordas, durante 2 semanas, em 2 horários em dezembro de 2007 e junho de 2008 e registrou-se em questionários-guias a caracterização do ambiente considerando o habitat, origens, fluxos e medidas de controle utilizadas. Na f1, de um total de 230 entrevistados, 51 observaram baratas, 43 fatores foram favoráveis, 12 indicaram manifestações espontâneas e 31 induzidas, concordante (X2=13,556; GL=8; α =9,4%), 7% foram “alimentos”; 34,9% “lixo”; 16,3% “esgoto”; 11,6% não souberam responder; 4,7% “terreno baldio”; 14% “limpeza”; 2,3% “alimentos e esgoto”; 7% “lixo e esgoto”; 2,3% “lixos e quintais sujos”;  dos 34 desfavoráveis, 10 indicaram manifestação espontânea e 24 induzida, com proporção concordante (X2 =3,494; GL=2; α=17,4%), 44,1% não souberam responder; 55,9% “medidas preventivas”. Fatores favoráveis com relação às épocas de observação foram concordante (X2=29,932; GL=24; α=18,7%), o que também aconteceu com os fatores desfavoráveis (X2 =4,689; GL=6; α=58,4%). Na f2, foram verificados 46 locais e apesar de dedetizações realizadas próximas aos períodos de vistoria, observou-se a presença de 320 individuos, sendo 180 vivas, identificados como Blattela germânica (Blattidae), popularmente conhecidas como alemã ou paulistinha, levando a concluir a seleção de baratas resistentes, a temperatura variou de 28ºa 34ºC e a sua Umidade Relativa de 46 a 77%, determinando um ambiente quente e úmido, favorecendo a proliferação. Na f3, foram capturadas baratas alemã e de esgoto ou voadora (Periplaneta americana) na nutrição, em dezembro de 2007. A ocorrência pode ter sido por restos alimentares; frestas de portas para o meio externo; rachaduras; umidades em paredes; ralos abertos; armários em MDF; caixas de papelões em dispensas; ineficácia do controle químico, possíveis resistências, com intensa ação das baratas principalmente no período noturno. No entanto em junho/2008 não se observou baratas e constatou-se algumas modificações: fresta vedadas; ralos fechados; lixeiras tampadas; ambiente limpo; trocas de embalagens na dispensa. Estes fatores podem ter contribuindo de modo decisivo junto com o esquema de controle químico realizados periodicamente no 1º semestre/2008. Estes resultados propiciam subsídios ao entendimento da importância e dinâmica de pragas em unidades de saúde (US), com vistas à melhoria da qualidade dos serviços de saúde, em especial à infecção hospitalar.

Biografia do Autor

Fabiana Aparecida Caldart Rodrigues

Professora e pesquisadora do departamento de Ciências Biológicas da UNEMAT-Cáceres-MT.

Arno Rieder

Professor e pesquisador do departamento de Matemática da UNEMAT-Cáceres-MT.

Marcio da Cruz Leite

Graduado em Ciências Biológicas na UNEMAT-Cáceres-MT.

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