ASPECTOS FENOLÓGICOS DE CINCO ESPÉCIES LENHOSAS DA FAMÍLIA FABACEAE OCORRENTES NO SEMIÁRIDO, PIAUÍ, BRASIL
Resumo
Este estudo teve como objetivo avaliar os padrões fenológicos de cinco espécies lenhosas da família Fabaceae ocorrentes no semiárido brasileiro, com a finalidade de contribuir para a melhor compreensão da fenologia das espécies estudadas, como também gerar subsídios que possam promover estratégias de conservação para a recuperação de áreas degradadas no semiárido. O monitoramento fenológico ocorreu de agosto/2020 a junho/2022, no qual foram selecionadas espécies que apresentam grande importância para a comunidade local: Amburana cearensis (Alemão) A.C.SM, Anadenanthera colubrina (Vell.) Brenam, Mimosa tenuiflora (Willd). Poir, Pityrocarpa moniliformis (Benth.) Luckow & R.W.Jobson, Poincianella bracteosa (Tul) L.P.Queiroz, onde cada espécie foi representada por 10 indivíduos, totalizando 50 indivíduos monitorados. Em cada planta foi observada as fenofases vegetativas (brotamento foliar e folhas maduras) e reprodutivas (floração e frutificação), para manter o controle das espécies observadas foram colocadas uma pequena placa de alumínio com seu nome taxonômico e número de identificação. Todas as informações foram anotadas em uma caderneta de campo. Para a análise de dados a pesquisa seguiu o método proposto por Fournier, em que apresenta uma escala de cinco categorias (0 a 4) com intervalos de 25%. Os resultados indicaram que todas as espécies da família Fabaceae manifestaram fenofases vegetativas no início do período chuvoso, seguidas por florescimento e frutificação, no entanto, a A. cearensis floresceu na estação seca do local de estudo. A M. tenuiflora, foi a espécie com maior desenvolvimento fenológico durante o período de monitoramento, com picos de intensidade de brotamento foliar de 95%, com florescimento de aproximadamente 95% em março/2021 e abril/2022 com 100% de magnitude e também com picos altos de frutificação. Os representantes das espécies apresentaram curto tempo de florescimento, com maior período de frutificação, tendo a A. colubrina com ausência de frutificação em 2022. As espécies possuem padrões subanuais, ou seja, com duas ou mais fenofases durante o ano, separados por período de duração variável. Contudo, esse estudo reforça a necessidade de mais estudo que visem a compreensão das espécies estudadas. Os resultados dessa pesquisa fornecem informações importantes para a região, podendo contribuir para recuperação de áreas degradadas, como também para auxiliar em levantamentos florísticos e disponibilidade dos recursos florais para a alimentação da fauna.